⚽️??♀️ Técnica projeta Copa América da Seleção Feminina: ‘Há margem para melhora’
Antes da disputa da Copa América, a Seleção Feminina teve dois testes contra Dinamarca e Suécia, na Europa. Após a derrota para as suecas por 3 a 1, a técnica Pia Sundhage avaliou a atuação do Brasil e projetou a reta final de preparação para o torneio continental.
Em entrevista coletiva, Pia destacou os pontos fortes e fracos apresentados na partida desta terça-feira e o que precisa melhorar para a Copa América.
“Enfrentamos um ótimo time e elas praticamente não criaram chances no primeiro tempo. A parte ruim é que não aproveitamos as chances. Acho que, emocionalmente, se fizéssemos um gol, mudaríamos o jogo. E é ruim que não conseguimos jogar os 90 minutos com alta intensidade”, analisou Pia.
O Brasil saiu na frente com um gol de Debinha, no segundo tempo, mas sofreu a virada em um intervalo de três minutos. Aos 19, Kaneryd empatou, e aos 21, Hurtig fez o segundo. A queda de rendimento é um fator de alerta para Pia na disputa da Copa América.
“No segundo tempo foi bem mais difícil, porque elas atacaram muito mais e não conseguimos defender da mesma maneira. As jogadoras que saíram do banco… É importante que você receba 110% delas também. Isso é algo para o qual eu devo prepará-las melhor, para que façam a diferença quando entrarem em campo. Temos alguns dias até a Copa América. Espero que consigamos nos recuperar e estejamos bem”, analisou a treinadora, que pontuou também os desafios físicos da equipe:
“Poderíamos estar um pouco melhor preparadas fisicamente, e isso será importante na Copa América. Para que façamos o melhor com as jogadoras que temos. Uma explicação. A Rafaelle, teve que sair de campo, porque não tem jogado tantos jogos. A última partida dela havia sido contra a Dinamarca, com 90 minutos, e antes disso ela havia jogado em março. O mesmo acontece com Luana. São dois exemplos de que não estamos apenas treinando tecnicamente, mas temos que considerar a parte física também. Há margem para melhora. Acredito que teremos tempo o suficiente para nos preparamos para a Copa América”.
Após os amistosos contra Dinamarca e Suécia, a Seleção Feminina agora se prepara para a disputa da Copa América. Sete vezes campeã do torneio, a equipe estreia no dia 9 de julho, contra a Argentina.
Confira mais trechos da entrevista de Pia Sundhage:
Queda de rendimento do time
“Estar focada e concentrada, “capricha”, requer um trabalho longo. Nós estaremos prontas para a Copa América. Temos jogadoras novas, que não jogaram tantas partidas, emc omparação com Dinamarca e Suécia. Tenho que levar isso em consideração, quando elas perdem muito a bola, quando preferem a bola longa em vez de mantê-la, quando ficam paradas em vez de se movimentar sem a bola. Se você joga muitos jogos, se você conhece suas companheiras, é mais fácil. Vai tudo junto, as jogadoras novas, o aspecto físico e criar um time coeso. Na Copa América, melhoraremos isso. Não conseguimos mudar muito o aspecto físico até a Copa América, mas ao treinar o time temos que considerar quem está 100% para jogar e quem não está. Isso é um pouco complicado, mas precisamos fazer um trabalho bom para que o time esteja pronto para jogar todas as partidas da Copa América”.
Mudanças no time
“Nosso plano era jogar com a mesma escalação, para que as jogadoras se conectassem. Mas não conseguimos. Espero que consigamos fazer mais isso na Copa América, especialmente a dupla de zaga e a dupla de meio, que são importantes no ataque, para completar os passes. As quatro jogadoras são muito importantes. Você tenta achar a coesão do time. Vai ser meio complexo. Angelina teve uma viagem longa dos Estados Unidos, nós vamos resolver isso. Vai ser um pouco diferente. Se você olhar a Dinamarca, a Suécia, como elas se prepararam para o jogo, é um pouco diferente do Brasil. Apesar disso, sim, nós perdemos, elas venceram. Mas um técnico inteligente veio até mim e disse: “Você tem umas jogadoras muito interessantes”. Tenho que trazer a palavra de novo: paciência. Isso vai ser bom. É importante agora que seja bom o suficiente para que nos classifiquemos para a Copa América”.
Dificuldade para vencer Dinamarca e Suécia
“A resposta fácil é aproveitar as chances. Mas é mais complicado que isso. A tomada de decisão. Quando desafiar as linhas, quando fazer infiltrações. Se é para fazer isso, ou para fazer um jogo de aproximação. Devo ir ou ficar. Se fico, é importante que não perco a posse. Se infiltrarmos, não é tão ruim se perdermos a posse. São diferentes e importantes jeitos de dominar o ataque. Precisamos fazer os dois para criar espaço em frente à linha adversária. Infelizmente, entregamos demais a bola na frente da nossa área. Há espaço para crescer. Quando elas jogarem mais partidas em um alto nível internacional, mais competitivas, você passa a tomar as decisões mais rápido. Elas vão ficar mais velhas, melhores. Vai ficar tudo bem”.
Fernanda Palermo
“Fernanda é uma jogadora muito forte. Especialmente contra a Suécia, pensamos em sua força aérea. Acho que sua melhor posição é pela direita. Mas neste momento precisamos de uma opção a Tamires pela esquerda, precisamos de mais jogadoras ali, especialmente canhotas. Acredito que ela está se saindo bem defensivamente. A chave é aprender a usá-la no ataque. A força dela é boa, a presença no alto é boa. A questão é mais física, sobre o quanto ela consegue jogar e seguir jogando. Ela ajudou o time nos dois jogos, uma vez na esquerda e outra na direita”.
Entrosamento da equipe
“O mais tempo que tivermos juntas, melhor. Por isso é tão importante planejar as viagens. Dá para melhorar. Acredito que podemos fazer um trabalho melhor para garantir que as jogadoras tenham uma logística boa. Isso vai ser quando nos classificarmos para a Copa do Mundo. Se você olhar para as Datas FIFA e para como os times estão fazendo, é importante preparamos as jogadoras. É muito importante ter um time coeso. Quanto mais tempo tivermos juntas, mais fortes, mais em forma elas estarão”.
? © Lucas Figueiredo/CBF
Rádio Centro Cajazeiras