? Existência de água na Lua é 100 vezes menor que no deserto
Quase 50 anos anos depois da última missão tripulada à Lua, a Nasa, Agência Espacial dos Estados Unidos, anunciou nessa segunda-feira (26), que encontrou moléculas de água na superfície visível do nosso satélite natural.
O anúncio foi feito pelo diretor de Astrofísica nas Missões Científicas da Nasa, Paul Hertz. Ele lembrou que os pesquisadores já haviam encontrado gelo formado por água em regiões mais gelado da Lua, onde o sol não alcança. O pesquisador não disfarçou a surpresa da descoberta.
Apesar de os astronautas e robôs terem trazido para a Terra quase 400 kg de rocha lunar, a descoberta foi feita por um avião capaz de voar bem mais alto que as aeronaves comerciais. Não é um avião qualquer. É o Sofia: Observatório Estratosférico para Astronomia Infravermelha, que usa raios invisíveis aos olhos humanos para decompor a luz atrás de elementos químicos.
Nos últimos anos, outras missões da Nasa e da Agência Espacial da Índia já haviam analisado a Lua com infravermelho, mas os cientistas imaginavam que as moléculas eram de hidroxila, formadas por um átomo de oxigênio e outro de hidrogênio, e não de água, que têm um hidrogênio a mais.
E isso faz toda a diferença, porque é da água que sai o oxigênio que respiramos. O líquido também é essencial para a formação da vida como conhecemos. É um recurso precioso no espaço, como destacou Paul Hertz.
O Sofia encontrou as moléculas de água na cratera conhecida como Clavius. É uma estrutura grande, visível até a olho nu da Terra, próximo ao Polo Sul da Lua. E está longe de ser um lago. A proporção encontrada nessa região é de que, num espaço onde cabem mil litros, existam apenas 350 mililitros de água. É mais que o esperado pelos pesquisadores, mas o deserto do Saara tem 100 vezes mais água do que isso.
A expectativa é estudar melhor essas moléculas a partir de 2024, quando uma missão tripulada vai marcar o retorno do homem à Lua, a ida da primeira mulher ao satélite e a formação de uma colônia humana prevista para permanecer lá até o fim da década.
Via Agência Brasil