O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quarta-feira (21) que a vacina Coronavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo, não será comprada pelo governo federal. A afirmação foi feita em resposta ao comentário de uma pessoa no Facebook.

? PB em sintonia com governo federal que prevê vacina contra Covid em janeiro

“Presidente, a China é uma ditadura, não compre essa vacina, por favor. Eu só tenho 17 anos e quero ter um futuro, mas sem interferência da ditadura chinesa”, escreveu o indivíduo. Bolsonaro respondeu: “Não será comprada.”

Comentário do presidente no Facebook

Foto: Reprodução – 21.out.2020 / Jair Bolsonaro via Facebook 

O comentário sobre a China foi feito em uma publicação de Bolsonaro na rede social sobre a visita do conselheiro de segurança dos Estados Unidos, Robert O’Brien, e representantes da Casa Branca a Brasília. De acordo com o presidente, foram assinados “três acordos que vão intensificar ainda mais nossas relações comerciais e econômicas”.

Obrigatoriedade da vacina


Nesta semana, Bolsonaro afirmou a apoiadores que a vacina contra o novo coronavírus “não será obrigatória e ponto final”, e voltou a criticar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que defende a obrigatoriedade da dose. 

“O Programa Nacional da Vacinação, incluindo as vacinas obrigatórias, é de 1975. A lei atual incluiu a questão da pandemia. Mas a lei é bem clara e quem define isso é o Ministério da Saúde. O meu ministro da Saúde [Eduardo Pazuello] já disse, claramente, que não será obrigatório esta vacina e ponto final”, enfatizou o presidente.

Coronavac


De acordo com a gestão Doria, a Coronavac teve os menores índices de reações em comparação a outros imunizantes contra a Covid-19. O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, informou que o sintoma mais frequente nos testes com 9 mil voluntários brasileiros foi dor no local da aplicação, relatada por 18% das pessoas testadas.

A primeira fase de testes clínicos da Coronavac no Brasil terminou na sexta-feira (16), apontando pouco mais de 5% de efeitos colaterais entre quem recebeu a vacina.

Surpresa
Segundo o analista Igor Gadelha, a declaração surpreendeu auxiliares do ministro da Saúde, que davam como certa a compra das 46 milhões de doses da vacina chinesa, como a pasta anunciou nesta terça-feira (20).

Auxiliares de Pazuello no Ministério da Saúde já entraram em contato com ministros e auxiliares presidenciais do Palácio do Planalto para tentar entender o que houve.

Governadores que se reuniram com Pazuello na terça também disseram terem sido surpreendidos com as postagens de Bolsonaro. Argumentam que ontem o ministro deu como certa a compra das doses.

Via CNN

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