Crise climática tem impacto direto na saúde mental 📸 © Anna Shvets/Pexels

Os desastres climáticos estão cada vez mais frequentes. O Rio Grande do Sul teve 95% de suas cidades afetadas pelas chuvas intensas que atingiram o estado entre o fim de abril e o mês de maio deste ano. O Cerrado registrou um aumento de 221% nas áreas queimadas em agosto de 2024, segundo dados divulgados pelo Monitor do Fogo. A Amazônia enfrenta a pior seca já registrada, com os níveis de água dos rios da bacia amazônica atingindo mínimas históricas.

Diante de tudo isso, profissionais da psicologia e psiquiatria têm observado um crescimento da ecoansiedade, ou ansiedade climática. Essa condição se manifesta em crises que podem ser desencadeadas ao se testemunhar, ao vivo ou pelas telas, episódios de destruição que tenham a ver com as mudanças no clima. Os sintomas incluem insônia, fadiga e falta de ar. Esses foram alguns dos sinais que levaram Keyla Reis, de 44 anos, moradora de Brasília, a perceber que estava enfrentando uma crise de ecoansiedade:

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(Keyla Reis) “Fui vendo algumas imagens e os bichos morrendo, os pássaros se refugiando. E aquilo foi me batendo uma angústia. E quando foi a noite que eu fechei a minha casa pra dormir, eu comecei a não conseguir respirar. E eu tava me sentindo muito mal. Todo esse assunto sempre me deixa muito, muito fragilizada, muito mal. E eu nem imaginei que eu fosse me sentir tão mal assim. Eu não imaginei que isso fosse me afetar de forma tão direta.”

O psicólogo Elias Balthazar explicou o que as pessoas podem fazer para se acalmar em momentos de crise, especialmente em casos de ecoansiedade. Ele sugere que as pessoas busquem ajuda profissional e também se envolvam com ações em prol do meio ambiente:

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(Psicólogo Elias Balthazar) “Os exercícios clássicos de controle de ansiedade vão ajudar nesse momento, então você sentar, você contar até 10, respirando ao mesmo tempo que conta, para você recobrar a sua consciência naquele momento. E a pessoa pode acabar se envolvendo em alguma atividade em prol do meio ambiente, às vezes uma atividade simbólica, mas que permite ela pensar isso e destruir alguma coisa, e isso pode diminuir a ansiedade.”

Segundo a Associação Americana de Psicologia, 25% a 50% das pessoas expostas a um desastre climático têm risco de desenvolver problemas de saúde mental. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Júlia Lopes. 

|📸 © Bruno Peres/Agência Brasil

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