Bolsonaristas presos por ataques no DF e tentativa de golpe de Estado 📸 © Reprodução via Redes Sociais

Os presos por participar em um dos maiores atos de vandalismo ocorridos no centro de Brasília podem responder por dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Na manhã desta quinta-feira (29/12), a Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do DF (PCDF) desencadearam a operação Nero e cumpriram 32 ordens judiciais expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra os suspeitos. Quatro pessoas foram presas. Entre elas, candidatos a cargos públicos e pastores.

Relembre o caso

  • Apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL) deflagraram uma série de atos de vandalismo em Brasília, em 12 de dezembro;
  • De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados;
  • A Polícia Militar usou bombas de efeito moral e balas de borracha, mas ninguém foi detido na data;
  • Um shopping teve de ser fechado e, nas ruas do Setor Hoteleiro Norte, os bombeiros encontraram botijões de gás vazios espalhados;
  • Os bolsonaristas usaram, pelo menos, nove botijões para bloquear ruas. Segundo a PM, os botijões foram furtados de um posto de combustíveis;
  • Os vidros da 5ª Delegacia de Polícia, que fica na Asa Norte, próximo ao Setor Hoteleiro, foram quebrados e, em frente ao prédio, um ônibus foi queimado;
  • À época, o Secretário de Segurança Pública, Júlio Danilo Souza Ferreira, disse que as imagens dos atos de vandalismo estavam sendo analisadas para identificar os responsáveis;
  • As prisões dos envolvidos ocorrem 17 dias após o ataque.

Na noite de 12 de dezembro, vândalos bolsonaristas deixaram um rastro de terror na capital. Ônibus e carros foram incendiados, prédios e até a estrutura da 5ª Delegacia de Polícia (área central) foram depredados. O quebra-quebra ocorreu logo após a prisão do bolsonarista e indígena José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Tsereré, 42 anos, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao menos 40 pessoas foram responsáveis por participar dos atos antidemocráticos da noite de 12 de dezembro, segundo informou a polícia. Os 32 mandados foram cumpridos no DF e nos estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro. Quatro foram presos. Uma delas é Klio Hirano, ex-candidata à prefeita da cidade de Tupã (SP).

Klio Hirano faz parte do grupo de pessoas que estava acampado em frente ao Quartel-General do Exército (QG). A publicitária bolsonarista usava as redes sociais para publicar fotos e vídeos do movimento. No Instagram, Klio fazia questão de postar vários registros ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL). A primeira foto ao lado do chefe do Executivo foi em maio de 2018.

Em 2020, ela se candidatou pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) ao cargo de prefeita da cidade de Tupã. O Correio apurou que a publicitária foi presa pela PCDF na noite de quarta-feira em frente ao Palácio da Alvorada, no momento em que apoiadores do presidente promoviam uma manifestação.

Samuel Barbosa Cavalcante, 43, candidato a deputado estadual por Rondônia pelo PL, mesmo partido de Bolsonaro, também foi preso no âmbito da operação. Ele teria comprado e fornecido combustível no dia dos ataques. Nas eleições, declarou um ttoal de R$ 667.483 em bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O terceiro detido é Joel Pires Santana, 40 anos, natural de Cacoal (RO). O pastor evangélico foi preso em Rondônia.

Por último, o pastor Átila Reginaldo Franco de Melo, 41, foi capturado no bairro de São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Pelas redes sociais, a esposa dele gravou um vídeo, em que apareceu aos prantos e dizendo: “Cadê você, Bolsonaro?”. 

Outras sete pessoas continuam foragidas. “É uma resposta do Estado a essas pessoas que, por ventura, estão fugindo dos seus limites de manifestação ideológica. Tanto a PF e a PCDF não irão se furtar das suas atribuições e dos compromissos de defesa da sociedade”, ressaltou o delegado-geral da PCDF, Robson Cândido da Silva, em coletiva de imprensa promovida ontem no auditório da Superintendência da PF.

Ligação

Diretor do Decor/PCDF, Leonardo de Castro Cardoso, afirma que há ligação entre os alvos da operação Nero com os suspeitos acusados de armar uma bomba perto do Aeroporto Internacional de Brasília, em 24 de dezembro, que resultou na prisão de Washington de Oliveira Sousa, 54, e na identificação de Alan Diego Rodrigues, considerado foragido.

O artefato explosivo estava apoiado em um caminhão-tanque abastecido com 63 mil litros de querosene de aviação. Na casa de George, policiais da 10ª DP (Lago Sul) encontraram um fuzil, pistolas, revólveres, artefatos, mais de 2 mil munições e armas brancas. “Houve a troca de informações o tempo todo entre a PF e a PCDF, e alguns alvos convergiam. Os dois inquéritos foram declinados para o STF (bomba no aeroporto e atos de vandalismo) e, a partir de ontem, alguns alvos começaram a ser presos. As investigações continuam”, declarou Leonardo.

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Rádio Centro Cajazeiras via Correio Braziliense

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