O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quarta-feira (26) que rejeitou a proposta apresentada pelo Ministério da Economia para criação do programa Renda Brasil porque ficou insatisfeito com os cortes de programas como o abono salarial para financiar o novo projeto, e disse que o texto não será enviado ao Congresso Nacional.

“Não posso tirar de pobres para dar para paupérrimos. Não posso tirar o abono salarial de 12 milhões de pessoas para dar para um Bolsa Família ou Renda Brasil ou seja lá que for”, disse o presidente durante discurso em evento em Ipatinga (MG) para marcar a religação do Alto Forno 1 da Usiminas.

A proposta de criação do Renda Brasil, que estava no pacote de medidas de aceleração da economia apresentadas ao presidente pelo ministro Paulo Guedes, previa um benefício maior que o valor atual do Bolsa Família, mas, para financiá-lo, a equipe econômica propôs o corte de outros programas sociais, como o abono salarial, o seguro-defeso e o Farmácia Popular.

Bolsonaro também confirmou que a ideia de sua equipe econômica era utilizar verba que hoje paga o abono salarial de trabalhadores para bancar parte do Renda Brasil, mas deixou claro que não gostou da possibilidade.

“Por exemplo, a questão do abono para quem ganha até dois salários mínimos, que seria como um décimo quarto salário… Não podemos tirar isso de 12 milhões de pessoas para dar a um Bolsa Família, um Renda Brasil, seja lá o que for o nome do programa”, disse o presidente.

O presidente afirmou que o “melhor programa para o País”, na sua opinião, é a geração de empregos. “Ou o Brasil começa a produzir, a fazer um plano que interessa a todos nós, que é o emprego, ou estamos fadados ao insucesso. Não posso fazer milagre”, reclamou.

Sobre o auxílio emergencial, Bolsonaro afirmou que as próximas parcelas do benefício devem ficar acima dos R$200 defendidos incialmente pelo seu governo, porém abaixo dos atuais R$ 600. O auxílio foi criado para minimizar a crise social acentuada pela pandemia do novo coronavírus.

“O valor não será nem R$ 200, nem R$ 600, estamos discutindo com a equipe econômica”, afirmou o presidente. (…) O auxílio emergencial custa aproximadamente R$ 50 bilhões por mês. É uma conta pesada. Sabemos que os R$ 600 é pouco para muitos que recebem, mas é muito para o país que se endivida. E, lamentavelmente, como é emergencial temos que ter um ponto final nisso”, admitiu.

Via Reuters

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