CPI tem confirmação de manipulação de jogos durante depoimento de dirigente carioca
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Apontado como um dos líderes de uma organização criminosa especializada na manipulação de apostas esportivas, o empresário Bruno Lopez de Moura confirmou nesta terça-feira sua participação no esquema, mas negou chefiar a quadrilha. Ele também refutou envolvimento com os jogadores Lucas Paquetá e Luiz Henrique, suspeitos de receberem cartões amarelos para beneficiar apostadores. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, Moura admitiu ter recebido informações de uma pessoa para apostar que Lucas Paquetá e Luiz Henrique receberiam cartões amarelos no início de 2023, mas afirmou que isso foi uma iniciativa pessoal e não fazia parte do esquema do qual ele participava:

(Bruno Lopez de Moura) “Chegou para mim o nome para eu apostar, apostei, então, possivelmente não chegou em vão, não chegou em vão, só que se você acompanhar hoje o que nos acompanha futebol, gosta de futebol, até hoje o Paquetá anda ainda tomando cartão, então não sei se é também dele tomar cartão, então assim, é uma coisa que eu não posso alegar, mas na época, no início de 2023, chegou o nome dos dois e eu apostei e aconteceu.”

Bruno Lopez é um dos investigados na Operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público de Goiás. Segundo a investigação, o empresário era responsável por escolher jogadores e propôr marcação de faltas, pênaltis e expulsões em jogos do Campeonato Brasileiro:

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(Bruno Lopez de Moura) “O meu trabalho na época era captar os atletas, aí quem fazia as operações era uma terceira pessoa acima de mim, mas era só para  captar os atletas e pelo que eu sei, e hoje depois eu me aprofundei mais, é que a Série A era a única opção que abria, no caso, a opção de cartão no nome do atleta.”

De acordo com Bruno Lopez de Moura, a manipulação de resultados de jogos é simples e fácil e só poderia diminuir se fossem proibidas as apostas em cartões. Os parlamentares também ouviram o representante do Banco Central, Rogério Antônio Lucca. Segundo ele, a movimentação financeira em apostas esportivas, do início do ano até agosto, foi de 20 bilhões de reais por mês. Luca também citou que apenas no mês de agosto foram identificados 3 bilhões de reais em apostas oriundas de beneficiários do programa Bolsa Família. Já o economista-chefe da Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Felipe Tavares, disse que o mercado de apostas está impactando diretamente o varejo e afetando a economia. Da Rádio Senado, Pedro Pincer.

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|🔎 Dirigente nega manipulação em jogo da Série B do Carioca sub-20

Ouvido na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas nesta quarta-feira, o presidente do Esporte Clube Nova Cidade de Nilópolis, do Rio de Janeiro, Jorge Luiz Pacheco Eloy, disse não ver correlação entre a derrota de virada para o Belford Roxo, em partida da equipe sub-20, e o elevado volume de apostas no resultado. Ele defendeu a idoneidade do clube, mas lembrou que, à época da partida sob questionamento, o time estava sob gestão terceirizada. Ele falou a respeito dos desdobramentos da operação VAR, iniciada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por solicitação da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj): os policiais civis identificaram indícios de atuação criminosa nos clubes Nova Cidade, Belford Roxo, São José, Brasileiro e Duquecaxiense. O senador Eduardo Girão, do Novo do Ceará, destacou a partida da terceira divisão do campeonato estadual sub-20, em 5 de junho, em que o Nova Cidade vencia por 3 a 1 o Belford Roxo ao fim do primeiro tempo, mas acabou perdendo o jogo por 5 a 3 — “virada improvável” que foi acompanhada de um volume atípico de apostas em bets na Ásia, o que teria chamado atenção dos órgãos de compliance. O dirigente explicou que a federação suspendeu os dois clubes por suspeita de manipulação de resultado, mas o Tribunal de Justiça Desportiva  absolveu as agremiações. Ele admitiu que não assistiu ao jogo sob suspeita, mas disse que são coisas do futebol:

(Jorge Eloy) “A princípio não tem nenhuma suspeita, suposta suspeita de manipulação, não. É porque o time de base, ele exige muito do físico. E infelizmente a gente não tem profissionais competentes pra estar exercendo a função de preparador físico. Jogam bem no primeiro tempo e, no segundo tempo, infelizmente, pode acontecer, perdeu no físico.”

Eloy também disse não ver associação entre o resultado desfavorável e as apostas suspeitas: ele declarou desconhecer as provas do cenário apostado que teria rendido R$ 5 mil para quem apostou R$ 200 nas bets da Ásia, que não teriam sido mencionadas no curso do processo no TJD, e disse não saber de pessoas ligadas ao clube que tenham feito apostas. Também convidado para depoimento nesta quarta-feira, o presidente da Sociedade Esportiva Belford Roxo, Reginaldo Gomes, não compareceu à CPI. Os membros da comissão aprovaram requerimento convertendo o convite em convocação. Outro convocado foi Thiago Chambó, denunciado na Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás. Da Rádio Senado, Pedro Pincer.

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