☣ Alemanha diz que opositor russo Navalny foi envenenado e exige explicações
A Alemanha afirmou, nesta quarta-feira (02), que tem “provas inequívocas” de que o opositor russo Alexei Navalny foi envenenado e exigiu que a Rússia apresente explicações “urgentes” sobre o caso.
Navalny, que está hospitalizado em estado grave em um hospital de Berlim, após uma transferência da Rússia, foi envenenado com um agente tóxico nervoso, um “incidente chocante”, afirmou o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, em um comunicado.
“O governo [alemão] condena firmemente este ataque. Exigimos que o governo russo forneça esclarecimentos sobre o incidente”, acrescentou.
As análises realizadas pelo Exército alemão em consulta com o Hospital da Charité de Berlim, onde Navalny está internado, encontraram “provas inequívocas de um agente químico nervoso da família do Novichok”, declarou Seibert.
O líder opositor russo, de 44 anos, passou mal a bordo de um avião na Sibéria, no mês passado. Inicialmente, foi atendido em um hospital local, antes de ser transferido de avião para a capital alemã.
O Hospital da Charité anunciou “certa melhora” no estado de Navalny que, no entanto, permanece em coma e com um respirador.
No Twitter, o diretor do Fundo de Luta contra a Corrupção criado por Navalny, Ivan Jdnaov, comentou que o Estado russo é o “único” ator que tem a possibilidade de recorrer a agente neurotóxico como o Novichok.
“Apenas o Estado (FSB, GRU) pode recorrer ao Novichok. Vai além de qualquer dúvida razoável”, afirmou ele, citando as siglas de agências da comunidade russa de Inteligência.
Este caso traçou paralelos com dois supostos envenenamentos no Reino Unido relacionados ao Kremlin.
Em 2006, o presidente Vladimir Putin foi acusado pela morte por envenenamento do ex-agente do KGB Alexander Litvinenko, em Londres.
Em 2018, o Kremlin foi novamente acusado de estar por trás da tentativa de assassinato do ex-agente duplo Serguei Skripal em Salisbury, no sudoeste da Inglaterra, usando a substância nervosa Novichok.
O governo alemão disse que informará os parceiros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e da União Europeia sobre suas descobertas e buscará uma reação conjunta sobre o caso.