A Paraíba tinha 511 mil pessoas com renda mensal per capita inferior a R$ 151, ou seja, que estavam em situação de extrema pobreza, em 2019, de acordo com a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2020, divulgada nessa quinta-feira (12), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O critério adotado pelo Banco Mundial, que corresponde a U$S 1,9 por dia, indica ainda que cerca de 12,8% da população paraibana estava nessa condição, maior percentual identificado no estado em oito anos.

Em 2012, essa proporção era de 10% e, até 2014, quando atingiu 7,4%, esteve em queda. A partir de então, começou a crescer e saltou para 11,2% em 2018, alcançando 12,8% no último ano. O indicador paraibano foi o 7º maior do país, acima também da média brasileira de pessoas em situação de extrema pobreza (6,5%), mas abaixo da média do Nordeste (13,7%). 

Além disso, cerca de 1,6 milhões de pessoas estavam abaixo da linha da pobreza em 2019, no estado, o que representa 41,7% da população. O percentual – que leva em consideração o critério do Banco Mundial e em que estão inseridos aqueles que tinham renda mensal per capita inferior a R$ 436, ou seja, US$ 5,50 por dia – ficou bem acima da média nacional (24,7%), mas abaixo da regional (42,9%).

Embora a síntese mostre queda nesse indicador frente ao registrado no início da série, em 2012, cuja taxa foi de 44,4%, houve aumento percentual no último ano, em comparação ao que havia sido observado em 2018, de 40%.

O levantamento aponta ainda que a Paraíba foi o 6º estado mais desigual do país, em 2019, segundo o Índice de Gini, que varia de zero, representando a perfeita igualdade, até um, que indica a desigualdade máxima. O valor paraibano foi de 0,559, acima da média do Brasil (0,543), mas igual à nordestina (0,559).

Domicílios inadequados

Segundo a SIS, em 2019, 25,3% da população paraibana residia em domicílios que tinham pelo menos uma inadequação nas condições de moradia. A proporção está acima da média brasileira (21,6%), mas abaixo da nordestina (28,2%).

No estado, cerca de 2,8% da população morava em domicílio que não tinha banheiro de uso exclusivo; 4,8% em residências com adensamento excessivo – com mais de três moradores por dormitório; 4,7% em domicílios em que havia ônus excessivo com aluguel, ou seja, em que o valor declarado do aluguel iguala ou supera 30% do rendimento domiciliar; e 15,4% em locais em que não havia documento que comprove a propriedade.

Em relação ao acesso aos serviços de saneamento básico, a síntese indica que mais da metade dos paraibanos (53,6%) contavam com ao menos uma deficiência nesse atendimento nos lares, indicador superior à média do país (36,9%), mas menor que a da região (58,9%). Cerca de 16,9% não tinham coleta direta ou indireta de lixo; 23,7% não tinham abastecimento de água por rede geral; e 51% lidavam com a ausência de esgotamento sanitário por rede pluvial ou fossa ligada à rede.

Entre os pontos investigados, estão as restrições à educação, que inclui crianças e adolescentes de 6 a 14 anos que não frequentavam escola, bem como pessoas de 15 anos ou mais analfabetas e maiores de 16 anos que não possuíam o Ensino Fundamental Completo. Conforme a SIS, 37,1% dos habitantes do estado moravam em domicílios em que havia alguém nessa situação. 

Outros 3,8% viviam em lares com restrições à proteção social, ou seja, em que não havia nenhum morador de 14 anos ou mais de idade que contribuísse para instituto de previdência, ou aposentado ou pensionista e com rendimento real efetivo domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo, com nenhum membro recebendo rendimentos de outras fontes, incluindo os de programas sociais. Além disso, 22,1% residiam em lares sem acesso à internet.

Além disso, aproximadamente 73,4% das pessoas viviam em domicílios com alguma das restrições analisadas pelo levantamento, enquanto nacionalmente esse indicador foi de 58,6% e regionalmente foi de 75,2%.

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