Mesmo diante do atual cenário de incertezas econômicas, o segmento de trabalho temporário está otimista. Projeção da entidade do setor aponta um aumento de 25% na geração de vagas formais nessa modalidade no Brasil no primeiro trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período do ano passado.

“Após um resultado surpreendente em janeiro, projetamos a geração de mais de 805 mil vagas temporárias entre os meses de janeiro e março de 2021, superando em 25% as 644.500 contratações temporárias no mesmo período do ano passado”, afirma o presidente da Asserttem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário), Marcos de Abreu.

De acordo com Abreu, a indústria segue impulsionando as contratações, seguida pelo agronegócio e pelos setores de serviço e comércio. “Além disso, nossas estimativas apontam que a taxa média de efetivação de 22%, alcançada no final de 2020, irá se manter nesse 1º trimestre de 2021. Anteriormente, a taxa girava entorno de 15%”, explica.

Outra boa notícia é que é que a duração do contrato temporário na indústria, que era de 45 dias em média, será superior a 77 dias em 2021. “O período de contratação será bem maior para a indústria conseguir atender o volume de demandas do mercado”, diz Abreu.

Para o presidente da Asserttem, muitas empresas brasileiras continuarão se apoiando no trabalho temporário na pandemia para garantir maior flexibilidade de gestão e, assim, conseguirem se manter no mercado. “Trata-se de uma excelente opção formal de contratação, pois preserva os direitos dos trabalhadores e ainda confere flexibilidade de gestão para que as empresas acompanhem as oscilações da economia”, destaca Abreu.

Mercado pondera

Antes de comemorar, especialistas apontam que é necessário fazer algumas ponderações. Para Ulisses Ruiz de Gamboa, professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pesquisador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, o crescimento de vagas temporárias é sempre uma boa notícia.

“Só não podemos achar que esse movimento reflete uma recuperação econômica”, diz, lembrando que a previsão para o primeiro e segundo trimestre deste ano é de queda de renda. Além disso, os resultados tendem a ser mais positivos este ano em razão da fraca base de comparação, ou seja, o baixo crescimento econômico dos últimos anos.

“Acredito que teremos muitas contratações temporárias no primeiro semestre, mas isso se deve ao quadro atual de incertezas provocado pela pandemia”, explica Gamboa. “É uma maneira de a indústria ter mais flexibilidade e se arriscar menos.”

Demandas da Páscoa

De acordo com a Asserttem, o mês de janeiro deste ano teve um resultado bastante positivo na geração de vagas temporárias no país. Ao todo, foram 178.640 novas contratações, um aumento de 37,3% com relação ao mesmo mês de 2020 (130,1 mil vagas). Destas, 16.380 são para atender às demandas de Páscoa na indústria de chocolate, comércio e serviço – alta de 31% com relação ao ano passado (12.503 vagas).

Ao todo, nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2020, a Páscoa gerou 33.906 contratações temporárias. Neste ano, a projeção da Asserttem é de mais de 42 mil vagas temporárias no período.

“A indústria de chocolates acelerou as contratações temporárias, pois está com uma demanda de trabalho 31% superior a 2020 e iniciou a produção com antecedência”, encerra o presidente da Asserttem.

? © CC0/Fotos Publicas

Exatas News via R7

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