O faturamento da indústria de transformação ultrapassou em agosto o patamar verificado no início do ano, antes da pandemia, informou nesta terça-feira (06) a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Os níveis de emprego e de utilização de capacidade instalada também se mantiveram em alta no mês.

Segundo a entidade o faturamento real da indústria de transformação cresceu 2,3% entre julho e agosto.

Na comparação com abril, considerado o pico da pandemia, a alta é de 37,8%. Para o gerente de análise econômica da CNI, Marcelo Azevedo, os dados confirmam recuperação em V da atividade industrial.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção industrial cresce há quatro meses consecutivos, depois de atingir o pior desempenho da história em abril. Em agosto, a alta do indicador medido pelo instituto foi de 3,2%.

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostrou nesta terça que a demanda por bens industriais no país subiu 5,9% em agosto, com destaque para os bens de consumo duráveis (14,2%), como veículos (18,6%), um dos segmentos mais atingidos pela pandemia.

“Importante é que a alta da atividade [industrial] veio acompanhada pelo crescimento do emprego, o que sugere maior confiança do empresário”, disse, em nota, o gerente da CNI.

De acordo com a entidade, o nível de emprego na indústria cresceu 1,9% em agosto, a primeira alta do ano, se aproximando do patamar onde se encontrava antes da crise. O número de horas trabalhadas teve alta de 2,9% no mês.

O rendimento médio real do trabalhador da indústria cresceu 2,8% e ainda está distante do patamar pré-pandemia, já que muitas empresas aderiram a medidas de preservação do emprego, como a redução de jornada ou suspensão de contrato.

O nível de utilização da capacidade instalada chegou a 78,1%, 2,1 pontos percentuais superior ao verificado no mês anterior.

Com a evolução, ficou apenas 0,8 ponto percentual do indicador de fevereiro de 2020, antes do início da pandemia.

Na comparação com o mesmo mês anterior, o faturamento da indústria evoluiu 3,6%, mas os outros indicadores permanecem negativos: o nível de emprego é 3,3% menor, o número de horas trabalhadas cai 3,3% e o rendimento médio real recua 2,2%.

Com a elevada demanda, alguns setores têm percebido dificuldades para encontrar matérias-primas, insumos ou mercadorias, com vem detectando o IBGE.

A elevada procura e a taxa de câmbio pressionam a inflação de segmentos como a construção civil, por exemplo.

Via Folha Press

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