DenĂșncia da PGR mostra que ex-presidente concordou com açÔes
📾 © Arquivo/Marcelo Camargo/AgĂȘncia Brasil

A denĂșncia da Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR), apresentada na noite dessa terça-feira (18/02/2025) ao Supremo Tribunal Federal (STF), evidencia que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava ciente e concordou com o planejamento e a execução de açÔes para assassinar o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva, o vice presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. 

De acordo com procurador-geral da RepĂșblica, Paulo Gonet, o plano intitulado “Punhal Verde Amarelo” foi arquitetado e levado ao conhecimento do entĂŁo presidente da RepĂșblica, “que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relatĂłrio em que o MinistĂ©rio da Defesa se via na contingĂȘncia de reconhecer a inexistĂȘncia de detecção de fraude nas eleiçÔes”.

“O plano se desdobrava em minuciosas atividades, requintadas nas suas virtualidades perniciosas. Tinha no Supremo Tribunal Federal o alvo a ser “neutralizado”. Cogitava o uso de armas bĂ©licas contra o ministro Alexandre de Moraes e a morte por envenenamento de Luiz InĂĄcio Lula da Silva”, destaca Gonet.

AlĂ©m do ex-presidente, a denĂșncia da PGR inclui mais 33 pessoas pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado DemocrĂĄtico de Direito e organização criminosa. As acusaçÔes envolvem militares, entre eles Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. 

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A denĂșncia da PGR ressalta ainda que outros planos foram encontrados em posse dos denunciados. Um deles se encerrava com a frase: “Lula nĂŁo sobe a rampa”.

A prova de que o plano não ficou apenas na fase de planejamento seria a execução inicial da Operação Copa 2022.

“Foram levadas a cabo açÔes de monitoramento dos alvos de neutralização, o ministro Alexandre de Moraes e o presidente eleito Lula da Silva. O plano contemplava a morte dos envolvidos, admitindo-se meios como explosivos, instrumentos bĂ©licos ou envenenamento”, menciona o procurador-geral da RepĂșblica.

De acordo com a denĂșncia ao STF, no dia 15 de dezembro de 2022, os operadores do plano, com todos os preparativos completos, somente nĂŁo ultimaram o combinado por nĂŁo haverem conseguido, na Ășltima hora, cooptar o Comando do ExĂ©rcito.

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O dia 9 de novembro de 2022 marcaria o inĂ­cio da fase mais violenta do plano de golpe de Estado. Foi quando o plano “Punhal Verde Amarelo” foi impresso dentro do PalĂĄcio do Planalto pelo e-assessor da PresidĂȘncia da RepĂșblica e general do ExĂ©rcito MĂĄrio Fernandes, preso durante as investigaçÔes.

O documento foi levado por ele no mesmo dia ao PalĂĄcio da Alvorada. As investigaçÔes da PolĂ­cia Federal mostram registro de entrada de Fernandes no Alvorada Ă  17h48 do dia 9 de novembro. 

“A ciĂȘncia do plano pelo presidente da RepĂșblica e sua anuĂȘncia a ele sĂŁo evidenciadas por diĂĄlogos posteriores, comprobatĂłrios de que Jair Bolsonaro acompanhou a evolução do esquema e a possĂ­vel data de sua execução integral”, ressalta Gonet.

Um ĂĄudio de WhatsApp obtido por policiais federais mostra que MĂĄrio Fernandes relata a Mauro Cid que havia estado pessoalmente com Jair Bolsonaro e debatido o momento ideal de serem ultimadas as açÔes tramadas, conforme a seguinte descrição: “Durante a conversa que tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, nĂŁo seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer atĂ© 31 de dezembro e tudo. Mas (…), ai na hora, eu disse, pĂŽ presidente, mas o quanto antes, a gente jĂĄ perdeu tantas oportunidades.”

O procurador-geral da RepĂșblica ainda destaca em sua denĂșncia que o documento apresentado a Bolsonaro indicava a existĂȘncia de açÔes de monitoramento jĂĄ em curso, o que igualmente reforça a ciĂȘncia prĂ©via da alta cĂșpula da organização criminosa sobre a ideia que passou a ser operacionalizada segundo o plano “Punhal Verde Amarelo”.

Por AgĂȘncia Brasil

|📾 © Saulo Cruz – 2025.Fev.18/AgĂȘncia Senado

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