?? Após 30 anos em alta, matrículas em universidades federais caem pela primeira vez
Camila da Silva da Carta Capital
O mais recente Censo de Educação do Ensino Superior, divulgado em maio deste ano, registrou a primeira queda de matrículas nas universidades federais brasileiras desde 1990. No período de 2019 e 2020, o número de estudantes que entraram no ensino superior pelas UFs passou de 1,3 milhões para 1,2 milhões.
Ao lado da diminuição de matrículas, também se sobressaíram os trancamentos. Segundo dados levantados pelo jornal O Globo, cerca de 270 mil estudantes suspenderam a graduação por tempo indeterminado no período da pesquisa.
A queda de matrículas é, em parte, explicada pela queda dos investimentos nas instituições. No mesmo período, as federais receberam apenas 5,7 bilhões de reais para despesas essenciais, como água, luz, segurança e limpeza. A título de comparação: em 2011, foram destinados a estas mesmas despesas 12 bilhões de reais.
Por conta disso, outros setores tiveram que remanejar seu orçamento. Foi o caso da verba aplicada para auxílio permanência, que envolve custos dos estudantes com transporte, alimentação e moradia.
O valor disponível caiu de 213 milhões de reais para 197 milhões. Este, foi o menor desde 2015, e o número de alunos com algum tipo de apoio social também despencou, passando de 311.246 para 233.029, o menor desde 2014.
A Abmes, Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior, destacou que as universidades públicas do País como um todo tiveram queda de 18,8% no número de estudantes que conseguiram concluir a graduação.
Enquanto isso nas faculdades particulares…
Já o Inep, instituto responsável pelo Censo, apontou que, em contrapartida, as instituições privadas registraram aumento no número de ingressantes, chegando a corresponder a 86% do total das matrículas no ensino superior em 2020.
Além disso, 53,4% deste ingresso aconteceu no ensino a distância, foram mais de 2 milhões de estudantes que se matricularam no ensino remoto, enquanto 1,7 milhão de estudantes, cerca de 46,6% ficaram no ensino presencial.
? © Twin Alvarenga/UFJF
Rádio Centro Cajazeiras via Camila da Silva da Carta Capital