Os efeitos das queimadas no Pantanal e parte da Amazônia têm avançado para pelo menos outros cinco países vizinhos ao Brasil. A grande nuvem de fumaça já possui quase 5 mil km2, e, segundo especialistas, pode chegar até 8 mil km2. Há mais de um mês, a região sofre um dos períodos mais secos e com altos registros de focos de incêndio das últimas décadas. Com mais de 15 mil pontos de incêndio identificados, o Pantanal enfrenta o pior cenário de sua história, com milhares de animais mortos, incluindo espécies em extinção, além da queima de mais de 1,7 milhão de hectare de seu território.

No último sábado, 19, imagens de satélite divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostraram a intensidade das queimadas no Pantanal, com a chegada de grandes nuvens de fumaça a Argentina, Bolívia, Paraguai, Peru e Uruguai.x

Imagens de satélite divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) 
Imagens de satélite divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)Foto: Reprodução/ Inpe / Estadão Conteúdo

De acordo com o pesquisador e analista do Programa Queimadas do Instituto, Pedro Lagden, o fenômeno é comum, em particular nas estações outono e inverno, em decorrência da combinação de uma frente fria organizada na região sul do Brasil e a circulação anticiclônica (sentido anti-horário) dominando a região central do País e do continente.

No entanto, quanto maior o volume de queimadas, maior pode ser o alcance destas nuvens. “As grandes nuvens de fumaça resultam das queimadas – não só na Amazônia e Pantanal brasileiros, como também nestes biomas em outros países, no Cerrado e no Chaco paraguaio”, explica Lagden.

Ainda pelas imagens do Inpe é possível identificar que as ondas de fumaça se deslocam também para outros estados brasileiros como Acre, Amazonas, Goiás, Maranhão, Pará, Rondônia, São Paulo e Tocantins.

Imagem de satélite do Inpe
Imagem de satélite do InpeFoto: Reprodução/ Inpe / Estadão Conteúdo

Chuva tóxica

Junto com a fumaça, os ventos levam ainda partículas liberadas pelas plantas durante as queimadas, ocasionando fenômenos como a de “chuva escura”, composta por substâncias tóxicas. Gases como o dióxido de nitrogênio, monóxido de carbono e hidrocarbonetos voláteis estão entre estas substâncias que, ao entrarem pelo sistema respiratório, podem ocasionar uma série de efeitos nocivos ao organismo.

Estadão

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