Levantamento indica aumento do uso de CACs por facções criminosas no país
📸 © Fernando Frazão/Agência Brasil

Desde 2016,  Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs) vêm sendo utilizados para facilitar o acesso a armas e munições por organizações criminosas, com um crescimento expressivo nos casos registrados e noticiados pela imprensa especialmente em 2022 e 2023, revela levantamento do Instituto Sou da Paz. Esse aumento coincide com a flexibilização das regras de controle de armas promovida durante o governo Bolsonaro. O levantamento foi realizado a partir dos casos envolvem CACs, que foram tornados públicos pela autoridades e noticiados pelos principais veículos de imprensa.

***

|👉 LEIA TAMBÉM:

**

Dentre os casos mais graves está o do Victor Furtado Rebollal Lopes,vulgo Bala 40, e esposa. Eles usaram o registro de CAC para comprar todo o limite concedido pelo governo Bolsonaro. O casal adquiriu 26 fuzis T4 Taurus idênticos que seriam repassados para o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, além de 11 mil munições. Todos os itens controlados eram comprados e transportados legalmente com guias de trânsito do Exército. No mesmo ano de 2022, a operação Ludibrio da Polícia Federal prendeu um armeiro do PCC que conseguiu usar certidões falsas para se registrar como CAC, mesmo tendo 16 inquéritos ou processos judiciais, inclusive por homicídio. Ele tinha sete armas apostiladas em seu nome, incluindo um fuzil 556 mm e uma carabina 9mm.

***

|👉 LEIA TAMBÉM:

**

O caso mais recente foi divulgado hoje, dia 23 de agosto de 2024, e foi desbaratado por uma operação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Espírito Santo (FICCO/ES). O suspeito tinha registro de CAC no Rio de Janeiro e, segundo o Exército, adquiriu mais de 60 mil munições de diversos calibres para repassar para uma facção criminosa no Complexo da Penha no ES. “Esse caso, super recente, mostra que esse tipo de desvio é mais comum do que se imagina. Se houver um investimento pesado em investigação desse tipo, muito provavelmente muitos outros casos serão decobertos, avalia Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz. 

Confira abaixo o resultado do levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz.

Evolução dos casos 

Entre 2016 e 2018, foram registrados e veiculados apenas 6 casos de envolvimento de CACs com o crime organizado. Contudo, em 2022, esse número saltou para 11, e alcançou o recorde de 12 casos em 2023.

Fonte: Casos veiculados pela imprensa

|📸 © Marta Branco/Pexels

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.

Participe de nossa Programação!