|🔫 Pensar a violência e políticas de segurança como fatores que afetam a saúde pública
Uma nova reunião da Organização Mundial da Saúde (OMS) debaterá o plano estratégico de 2026 a 2031 da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da OMS na América do Sul. A reunião contará com a participação do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo para abordar questões de violência e políticas de segurança como fatores que afetam a saúde pública.
Segundo o professor Marcelo Nery, doutor em Sociologia e pesquisador de transferência tecnológica do Núcleo de Estudos da Violência, coordenador desse Centro Colaborador da OMS, as últimas reuniões basearam-se em dialogar sobre quais questões prioritárias comporão o documento de referência para a Opas. Já para as próximas, o professor prevê uma movimentação mais ativa. “Estamos começando a refletir, pensar, propor, dialogar e negociar, de certa maneira, quais são os indicadores que vão ser colocados nesse documento, o que é fundamental ser mensurado para compreender a realidade da saúde pública em cada país, para que, a partir do conhecimento dessa realidade, a gente possa agir da melhor forma”, explica.
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O documento será centrado nas particularidades e necessidades de cada país como preparação para emergências de saúde pública e, para isso, haverá ações específicas a serem tomadas nas reuniões, assim como detalhado pelo professor. Como uma primeira ação, ele ressalta a importância em mensurar os impactos que a pandemia de covid-19 desencadeou nas populações e como gerar políticas públicas de prevenção a uma próxima. “A OMS ainda está muito impactada pela pandemia. Então, há muitas discussões sobre o que podemos saber, o que necessitamos mensurar para que algo semelhante não aconteça ou, se acontecer, que a gente esteja mais bem preparado para esse tipo de emergência.”
Mudanças climáticas
Outro ponto importante levantado por Nery é a influência das mudanças climáticas em cada país e como agir para o enfrentamento de suas consequências e possíveis medidas para controle. “O que está acontecendo, qual é a realidade de cada país, o que precisa ser compreendido para entender o impacto das mudanças e, diante disso, o impacto sobre a saúde pública, a qualidade de vida das pessoas ser menor. Só que você pode imaginar que é um universo enorme de problemas e impactos possíveis.”
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Além desses, a violência e os fatores que a influenciam também serão um assunto tratado entre os presentes nas reuniões. E, para a formulação de tais políticas públicas e indicadores sociais sobre os temas, o pesquisador ressalta a necessidade de utilização de dados confiáveis e certeiros, elementos necessários para o devido planejamento de estratégias sociais. “O documento, os indicadores, são baseados em dados, em evidências. E, sem sombra de dúvidas, uma coisa que está sendo colocada no documento é a importância de estudos baseados em evidências, a importância da tecnologia para analisar esse dado. Já estamos discutindo a questão da inteligência artificial. Então a gente está dentro desse processo”, explica Nery.
Os dados abordarão importantes indicadores sociais, essenciais para a discussão de segurança pública em uma sociedade, tais como saúde mental, violência de gênero, a situação carcerária brasileira, segurança pública, povos indígenas, violência contra as crianças e outros.
Segundo o professor, as próximas reuniões deverão se encaminhar mais apuradamente sobre os indicadores de violência e, assim, buscar resultados para o problema. “É interessante ressaltar que os indicadores de violência, por exemplo, foram alguns dos quais não foram abordados nessa primeira reunião, porque, segundo a própria OMS, eles precisam pensar melhor sobre esses indicadores. Mas a próxima reunião vai ser no dia 14 de março, e eu acho que é nesse momento que eles devem dar os dados finais.”
As informações são do Jornal da USP
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