? Comerciante se irrita e mata cadela que esperava criança fora do mercado
Uma cadela foi morta com um tiro pelo dono de um mercado em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana. O fato foi presenciado pelo tutor do animal, um garoto de 13 anos, e aconteceu na tarde de segunda-feira (12), Dia das Crianças. O comerciante foi preso pela Brigada Militar (BM).
Segundo a família, o menino foi ao mercadinho do Loteamento Nascer do Sol, no bairro Boa Vista, pouco depois das 12h para fazer compras pedidas pelos pais. A sua cadela, Belinha, o acompanhou, como fazia de costume. O cão ficou esperando do lado de fora do estabelecimento. A presença do animal gerou a irritação do proprietário do mercado que, segundo a polícia, atirou com uma espingarda contra a cadela.
O tiro alertou o menino, que saiu de dentro do mercado. Correndo, ele ainda levou a cadela sangrando em seu colo até os seus pais, para que a examinassem e pedissem ajuda. Belinha não resistiu.
O fato gerou a revolta de moradores do loteamento, que cercaram o prédio do mercado. A Brigada Militar (BM) foi acionada e deteve o homem. De acordo com o capitão Renato Rafell de Brito Fell, subcomandante da corporação em Sapucaia do Sul, o comerciante afirmou aos policiais que tinha a intenção “de somente assustar o animal”.
— Quando as guarnições chegaram, havia várias pessoas, em um tumulto grande que se formou. O autor, em seguida, se apresentou. Ele entregou a arma, uma carabina de pressão. O indivíduo foi autuado em flagrante com base na lei de maus-tratos aos animais — resumiu o policial.
Os policiais levaram o homem até a delegacia de plantão de Canoas. O comerciante foi preso em flagrante com base na nova lei de maus-tratos a animais, sancionada em 29 de setembro pela Presidência da República. O texto trouxe mais rigor a casos como esse, impondo reclusão de dois a cinco anos, além de multa. Antes, em um caso semelhante, seria cabível apenas o registro de termo circunstanciado.
O delegado regional de Canoas, Mario Souza, afirma que o caso será tratado com rigor e entrará no bojo das investigações da Operação Arca, ação permanente da Polícia Civil contra maus-tratos a animais na região.
— O crime já é grave, e, nesse contexto, com a morte do animal e na frente da criança, chama ainda mais atenção e destaca mais a gravidade do crime. Não é algo a ser tratado como simples, certamente a criança terá um trauma devido a essa situação. Isso é barbárie, o que não pode ser permitido. Vamos atuar com todo o rigor da lei — manifestou o delegado.
O delegado também lembrou que não há possibilidade de fiança com novo texto da lei.
O nome do homem não foi informado pelas autoridades.
Via GuachaZH