|🚔 Operação é desencadeada contra suspeitos por causar prejuízo ao Hospital Padre Zé
O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco/MPPB), a Polícia Civil da Paraíba (PCPB), a Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social (SEDS), a Secretaria de Estado da Fazenda da Paraíba (Sefaz) e a Controladoria-Geral do Estado da Paraíba (CGE) desencadearam, na manhã desta quinta-feira (05/10/2023), a “Operação Indignus”. A força-tarefa cumpre 11 mandados de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Criminal da Capital.
A investigação objetiva apurar os fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA), no município de João Pessoa-PB. As informações são de possíveis desvios de recursos públicos destinados a fins específicos, por meio da falsificação de documentos e do pagamento de propinas a funcionários vinculados às entidades investigadas.
De acordo com a força-tarefa, a investigação “aponta para uma absoluta e completa confusão patrimonial entre os bens e valores de propriedade das referidas pessoas jurídicas com um dos investigados, com uma considerável relação de imóveis atribuídos, aparentemente sem forma lícita de custeio, quase todos de elevado padrão, adornados e reformados com produtos de excelentes marcas de valores agregados altos”.
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As condutas indicam a prática, em princípio, dos delitos de organização criminosa, lavagem de capitais, peculato e falsificação de documentos públicos e privados
Estão sendo cumpridos 11 mandados judiciais de busca e apreensão, em endereços de três investigados, sendo oito na cidade de João Pessoa-PB, um na cidade de Conde-PB e dois na cidade de São Paulo-SP. O trabalho conta com a participação de 36 integrantes do Gaeco-PB (incluindo membros e servidores), com 28 integrantes da PCPB (delegados e policiais civis), com oito componentes do Gaeco-SP, além do apoio da Sefaz e da CGE, formando uma efetivo de aproximadamente 72 agentes públicos.
Força-tarefa investiga irregularidades na gestão do Hospital Padre Zé
O Hospital Padre Zé, em João Pessoa, afirmou que constatou inúmeras dívidas que comprometem sua funcionalidade após avaliar a situação operacional, funcional, contábil e financeira da instituição. A gestão disse que a primeira providência foi solicitar ao Ministério Público da Paraíba uma ampla auditoria em todas as contas, contratos, convênios e projetos do hospital.
Por conta disso, uma força-tarefa composta por órgãos públicos da Paraíba vai ser formada para investigar irregularidades no Hospital Padre Zé. Segundo a diretoria do Padre Zé, órgãos como Polícia Civil, Ministério Público da Paraíba (através do Gaeco), Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz ) e Controladoria-Geral do Estado devem integrar a força-tarefa.
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Justiça bloqueia contas e quebra sigilo bancário de suspeito de furtar celulares do Hospital Padre Zé
A Justiça da Paraíba autorizou a quebra de sigilo bancário e bloqueio de contas de Samuel Segundo, do ex-funcionário do Hospital Padre Zé, um dos suspeitos de furtar mais de R$ 500 mil em celulares da unidade. A decisão foi do juiz José Guedes Cavalcanti Neto, que acatou o pedido da delegada Karina Torres, da Polícia Civil, no qual a autoridade policial anexou conversas de Samuel negociando a venda dos aparelhos.
De acordo com as investigações, os aparelhos celulares foram doados e o dinheiro deveria ser usado para manutenção do hospital. No pedido da delegada Karina Torres, foram anexadas conversas de Samuel negociando a venda dos aparelhos, e uma conta da mãe dele, Valquíria Veloso Cunha, também foi alvo de pedido de bloqueio e quebra de sigilo, que, também de acordo com as investigações, ela teria recebido pagamentos das vendas.
A delegada Karina Torres afirmou que ficou evidenciado que Samuel Segundo foi incluído no delito de furto qualificado, causando um prejuízo de R$ 525.877,77 referente aos produtos furtados no interior do Hospital Padre Zé.
O g1 procurou a defesa de Samuel, mas a defesa não se pronunciou sobre a ação da Justiça sobre o bloqueio das contas e quebra de sigilo bancário do ex-funcionário do Hospital Padre Zé.
Afastamento de Padre Egídio e novo comando do Hospital Padre Zé
A Arquidiocese da Paraíba afastou, em 27 de setembro, o padre Egídio de Carvalho Neto de qualquer ofício ou encargo eclesiástico enquanto durar as investigações sobre irregularidades identificadas no Hospital Padre Zé, de João Pessoa, no período em que ele foi diretor da unidade hospitalar. Na prática, ele fica proibido de ministrar missas ou qualquer outro sacramento da igreja.
A instituição que comanda a Igreja Católica na Paraíba citou o artigo 1.722 do Código de Direito Canônico, que prevê o afastamento de religiosos da igreja em casos de processo penal, para justificar o afastamento do padre Egídio.
O padre Egídio de Carvalho Neto renunciou ao cargo de diretor do Hospital Padre Zé no dia 18 de setembro deste ano, em meio a investigações da Polícia Civil da Paraíba sobre o furto de 100 aparelhos de telefone celular que foram furtados do hospital. Segundo a administração do hospital, toda a diretoria anterior do Hospital Padre Zé renunciou, e os novos dirigentes assumiram as funções imediatamente, para evitar que os serviços prestados pelo hospital fossem interrompidos ou descontinuados.
Em 25 de setembro, em meio às investigações, o padre George Batista foi eleito novo diretor do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, após a realização de uma assembleia.
|📸 © PMPB/Divulgação
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