Brasil registra 822 mil estupros por ano ou dois por minuto, estima Ipea 📸 © Eren Özdemir/Pexels

Um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) chama a atenção para um problema crítico no Brasil e que afeta principalmente as mulheres: o número estimado de casos de estupro no país por ano é de 822 mil, o equivalente a dois por minuto.

O estudo se baseou em dados da Pesquisa Nacional da Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNS/IBGE), e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, tendo 2019 como ano de referência. De acordo com o Sinan, a maior quantidade de casos de estupro ocorre entre jovens, com o pico de idade aos 13 anos.

Com base nessa estimativa, o Ipea também calculou a taxa de atrito para o país, ou seja, a proporção dos casos estimados de estupro que não são identificados nem pela polícia, nem pelo sistema de saúde. A conclusão é que, dos 822 mil casos por ano, apenas 8,5% chegam ao conhecimento da polícia e 4,2% são identificados pelo sistema de saúde.

“O quadro é grave, pois, além da impunidade, muitas das vítimas de estupro ficam desatendidas em termos de saúde, já que, como os autores ressaltam, a violência sexual contra as mulheres frequentemente está associada a depressão, ansiedade, impulsividade, distúrbios alimentares, sexuais e de humor, alteração na qualidade de sono, além de ser um fator de risco para comportamento suicida”, diz o Ipea.

Quanto às relações entre agressores e vítimas de estupro, notam-se quatro grupos principais: os parceiros e ex-parceiros, os familiares (sem incluir as relações entre parceiros), os amigos/conhecidos e os desconhecidos.

Neste cenário, a estimativa de 822 mil estupros por ano é, de acordo com os responsáveis pela pesquisa, conservadora. Pesquisador do Ipea e um dos autores do estudo, Daniel Cerqueira afirmou que faltam pesquisas especializadas sobre violência sexual abrangendo o universo da população brasileira. Segundo ele, uma limitação das análises é que elas se fundamentam inteiramente numa base de registros administrativos (Sinan).

“O registro depende, em boa parte dos casos, da decisão da vítima, ou de sua família, por buscar ajuda no Sistema Único de Saúde”, disse, em nota, o pesquisador. Segundo o Ipea, dessa forma, o número de casos notificados difere “substancialmente da prevalência real, pois muitas vítimas terminam por não se apresentar a nenhum órgão público para registrar o crime, seja por vergonha, sentimento de culpa, ou outros fatores”. (Com informações da Agência Brasil)

Criança de 7 anos é estuprada na PB

Criança de 7 anos é estuprada por parente em Santa Rita; suspeito confessou crime antes de fugir 📸 © Divulgação/PCPB

Uma criança de sete anos foi vítima de estupro nessa quinta-feira (03) em um sítio do município de Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa. O suspeito do crime é um parente da vítima, de 18 anos, que confessou o abuso sexual e conseguiu fugir.

De acordo com relato da família, a criança estava brincando com o parente, já que moram no mesmo sítio, e em um determinado momento ele cometeu o crime no quintal.

O estupro foi constatado pela mãe da menina, que ao dar banho nela percebeu que a calcinha estava suja de sangue e a região íntima com lesões.

Interpelado pela família, o acusado confessou o crime e em seguida fugiu. A criança foi socorrida para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) onde a Polícia Militar foi acionada.

Por enquanto o homem não foi preso e o caso será investigado pela Polícia Civil.

📸 © Bas Masseus/Pexels

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