O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse na tarde deste domingo (23.ago.2020) que gostaria de agredir 1 repórter do jornal O Globo. A resposta foi depois de ouvir perguntas sobre os cheques que sua mulher, Michelle, teria recebido de Fabrício Queiroz.

“Vontade de encher sua boca de porrada”, declarou o presidente da República. Bolsonaro citou supostos repasses do doleiro Dario Messer à família Marinho, proprietária da Rede Globo.

“Cria vergonha na cara, fala da família Marinho!”, disse Bolsonaro. O presidente usou o caso para atacar a o grupo nas redes sociais.

As frases foram proferidas pelo presidente em frente à Catedral Metropolitana de Brasília.
Queiroz depositou R$ 72.000 à primeira-dama. A mulher dele, Márcia, teria repassado outros R$ 17.000.

No fim de 2018, quando apareceram os primeiros indícios de depósitos de Queiroz a Michele Bolsonaro, o então presidente eleito disse que os valores eram para quitar uma dívida de R$ 40.000.

Queiroz é amigo da família e foi chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro, filho do presidente, na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro). Flávio hoje é senador.

O Ministério Público investiga suposto esquema de“rachadinha” quando o filho do presidente era deputado estadual. Trata-se da prática de políticos se apropriarem de salários de assessores pagos pelo poder público.

Queiroz foi preso preventivamente em junho. As autoridades o encontraram em Atibaia (SP), num imóvel de Frederick Wassef, advogado de Flávio e Jair Bolsonaro. Atualmente, Queiroz está em prisão domiciliar.

Essa não é a 1ª vez que Bolsonaro trata repórteres de maneira agressiva. Em maio, mandou uma jornalista calar a boca. Na ocasião, havia ouvido uma pergunta sobre acusação de Sergio Moro. Ao deixar o Ministério da Justiça, o ex-ministro afirmou que o presidente da República queria interferir na Polícia Federal.

Bolsonaro passou a falar menos com a imprensa nos últimos meses. A menor exposição coincide com o afunilamento das investigações sobre Fabrício Queiroz.

O presidente tinha o hábito de falar a apoiadores e jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada. Era comum Bolsonaro estimular a animosidade de sua claque contra os jornalistas.

Em maio, bolsonaristas reviraram o lixo em frente ao local onde repórteres ficam na portaria do Palácio da Alvorada para expor os profissionais.

No fim do mesmo mês, algumas das principais empresas de comunicação do país anunciaram que deixariam de enviar repórteres para a porta da residência oficial da Presidência da República. Afirmaram, à época, falta de segurança para os trabalhadores.

Antes, Bolsonaro, foi a 1 encontro com conhecidos em prédio de Brasília onde moram tenentes e capitães. Há 1 setor da capital ocupado por militares e cujos e os moradores de cada bloco são, na maior parte, de níveis hierárquicos próximos.

No local, atendeu a cerca de 100 apoiadores que o esperavam Abraçou alguns e tirou fotos, contrariando as recomendações de especialistas em saúde pública que pregam o isolamento social para conter o coronavírus.

Na Catedral, além de dizer que gostaria de agredir o repórter, foi a uma banca de suvenires e confraternizou com o vendedor.

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