|🥇 Rebeca se torna a maior medalhista brasileira da história dos Jogos e se despede do solo
Por Maria Paula Carvalho – Rádio França Internacional (RFI), da Agência Brasil
A ginasta Rebeca Andrade fechou a sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris com um ouro no solo. Ao som de Beyoncé e Anitta, ela participou da final do solo feminino na tarde desta segunda-feira (5) contra outras oito atletas, representando Itália, China, Japão, Romênia e Estados Unidos.
Rebeca Andrade conquistou os jurados e a plateia com uma apresentação impecável, levando a sua quarta medalha em Paris, a sexta condecoração olímpica da carreira, se tornando a atleta que mais conquistou medalhas olímpicas para o Brasil em todos os tempos.
Rebeca Andrade foi a segunda a se apresentar, logo após ter deixado escapar a medalha na trave, no início da tarde, quando ficou em quarto lugar. Mas ela não desanimou.
O solo de Rebeca foi aclamado pela torcida que acompanhou o exercício batendo palmas. Ela fez saltos de grande dificuldade e sem erros, com aterrissagens perfeitas. Assim, Rebeca venceu o duelo contra a rival, a americana Simone Biles, que mostrou um exercício de solo impressionante, com piruetas de alta dificuldade na execução mas com pequenas penalidades.
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Rebeca venceu assim uma das competições mais prestigiosas dos Jogos Olímpicos, tendo Simone Biles ao seu lado na segunda colocação no pódio e a americana Jordan Chiles, que teve uma nota revisada para cima no terceiro lugar.
As duas americanas se ajoelharam diante de Rebeca numa das cenas mais emocionantes aqui na Arena Bercy, em Paris. A Rádio França Brasil (RF Brasil) ouviu Rebeca Andrade após mais esta conquista:
“eu estou muito feliz e orgulhosa de todas as minhas apresentações, de todos os dias. Eu estou muito feliz de estar voltando para o Brasil com o ouro dos brasileiros. Mereciam muito! E eu queria muito também, sabe? Eu lutei muito, eu fiz o meu melhor do dia de hoje, talvez não tenha sido a minha melhor série em vários momentos, mas foi o suficiente e eu estou muito grata. Muito, muito, principalmente a Deus que me ouviu todos os dias, todas as minhas orações, meus choros, tudo, tudo, e – caraca! – o ouro veio”.
Com mais esta vitória, Rebeca Andrade se torna a atleta brasileira com mais medalhas olímpicas, superando os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael. Ela já tinha duas pratas em Paris, no individual geral feminino e no salto sobre a mesa, e um bronze por equipes. Em Tóquio, Rebeca conquistou um ouro no solo e uma prata no salto.
Perguntada pela Rádio França (RFI) se a veríamos novamente disputando esta prova de solo em uma Olimpíada, ela confirmou: foi a despedida, porque é muito difícil, ela diz que sente dores, mas que está muito feliz com este ouro.
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“Foi a despedida do solo. Eu falo que o futuro, a Deus pertence, mas eu já expliquei várias vezes: é muito difícil para o meu membro inferior, eu sinto dores, eu fico mais cansada, e eu acho que já deu também. Eu fiquei muito feliz, tô saindo daqui com ouro, tô muito orgulhosa… Mas se, em algum momento da minha vida, falarem: ‘a gente precisa que você faça um solo, a gente precisa de você’, alguma coisa assim, e se eu tiver me sentindo bem, eu vou falar: ‘ok’. Se eu não tiver, eu vou falar: ‘não dá’, e tá tudo certo”.
A RFI também conversou com o Francisco Porath, o treinador de Rebeca, há muitos anos:
“É o último dia das finais. É um dia muito cansativo para todas. Então, isso prova como é difícil você chegar no último dia e disputar uma medalha. Não tem nada garantido, então a gente fez a nossa parte. A gente preparou a Rebeca para chegar até o último momento bem. Ela não teve falhas graves. Ficou ali, pertinho, na trave, e o solo foi aquém do que a gente imaginava. A gente sempre queria, a gente sempre quer as medalhas, indiferente da cor, e dessa vez veio com o Hino Nacional. Acho que a gente só tem que fechar com chave de ouro. Eu não canso mais de agradecer, é a Deus, a todo mundo, minha equipe que sempre esteve do lado, acreditou nessa menina e no time todo. Porque a gente também vem de uma medalha por equipe. Então isso tudo é inédito. Acho que se existe a Olimpíada perfeita é essa aqui”.
|📸 © Alexandre Loureiro/COB via Fotos Públicas
Rádio Centro Cajazeiras