|🫧⛽ Especialistas discutem alternativas para garantir redução nas emissões de gás metano
A Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas debateu com especialistas os projetos que têm como objetivo incentivar a adoção ou desenvolvimento de tecnologias para reduzir a emissão do gás metano, considerado um dos que mais contribuem para o aquecimento global.
Gerado a partir de diversas fontes, como o gado bovino, os resíduos sólidos em aterros sanitários, a produção de arroz e dejetos animais, o gás metano, se devidamente processado e transformado em biometano, pode ser reaproveitado para substituir o gás natural e o diesel, sendo, por isso, considerado um dos combustíveis do futuro.
Aliás um projeto que trata desse tema, já aprovado pela Câmara dos Deputados, está em análise na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado e foi defendido por André Galvão, da Associação Brasileira de Resídios e Meio Ambiente. Segundo ele, apesar de o “agro” também ter um grande potencial na produção do biometano, a sua geração a partir de resíduos sólidos é mais vantajosa, uma vez que o custo de transporte da matéria orgânica para os aterros já está contabilizado. André Galvão, no entanto, defendeu a instalação de mais aterros, para evitar que quase metade dos resíduos continue sendo descartada em lixões e não sendo devidamente aproveitada:
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(André Galvão) “Um outro limitador que está sendo corrigido, que está sendo trabalhado pelo Congresso Nacional, é o desenvolvimento e o amadurecimento desse mercado de biometano. Ora, tem muitas empresas que gostariam de consumir um gás que não seja fóssil. E se ela puder usar um passivo ambiental, ou seja, aquele lixo que poderia ir para um lixão, se ela puder usar aquilo para gerar um combustível renovável, não fóssil, é o melhor dos mundos, um duplo ganho. Por um lado, você não tem mais o passivo, por outro lado, você gerou um ativo ambiental renovável, não fóssil.”
Representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Rodrigo Rollemberg, destacou que o Executivo apresentou, nesta segunda-feira, o plano de transição energética, o que, na opinião dele, é uma necessidade inadiável para o planeta. Secas na Amazônia e no Pantanal e enchente no Rio Grande do Sul, por exemplo, evidenciam que algo precisa ser feito para minimizar os impactos dos gases de efeito estufa no clima da Terra.
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Rodrigo Rollemberg lembrou que o Brasil pode, inclusive, cumprir, até 2050, sua meta de emissão zero de gases do efeito estufa, firmada no Acordo de Paris, e, ao mesmo tempo, intensificar a sua industrialização, compensando um eventual aumento na emissão desses poluentes por esse setor, por meio da recuperação de áreas degradadas e eliminação do desmatamento ilegal e redução do legal.
(Rodrigo Rollemberg) “Se o Brasil focar no desenvolvimento de tecnologias que lhe permitam fazer isso em grande escala, nós temos condições de ser um dos grandes países a ter emissão líquida zero, trazendo grandes oportunidades para o conjunto da população brasileira.”
Presidida pela deputada federal Socorro Neri, do Progressistas do Acre, a audiência pública na Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas contou também com a participação de representantes dos Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia e da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos e da Associação Brasileira do Biogás. Da Rádio Senado, Alexandre Campos.
|📸 © Janusz Walczak/Pixabay
Rádio Centro Cajazeiras