Mais de mil indígenas Yanomamis foram regastados em situação de extrema vulnerabilidade 📸 © Condisi YY/Divulgação

Em coletiva de imprensa, Ricardo Weibe Tapeba, secretário de Saúde Indígena (SESAI), falou da estrutura que está sendo montada pelo Governo Federal, em parceria com as Forças Armadas, em Boa Vista (RR), para reforçar o atendimento à população Indígena Yanomami a partir desta terça-feira (24). Até agora, desde que a missão humanitária começou na região, mais de mil indígenas com graves problemas de saúde e situação de extrema vulnerabilidade já foram resgatados.

Segundo o secretário, os principais problemas de saúde identificados são desnutrição e malária.

“O cenário que encontramos é de guerra […] Hoje nós estamos implantando um hospital de campanha aqui em Boa Vista para resolvermos o problema de assistência dos indígenas que estão alojados na Casa de Apoio e também dando assistência aos indígenas que estão chegando”, afirmou.

Atualmente, mais de 700 pacientes estão recebendo atendimento na Casa de Apoio à Saúde Indígena (CASAI) de Boa Vista. Um outro hospital de campanha também deve ser montado dentro do território indígena Yanomami, localizado na região Surucucu, possibilitando uma estrutura com profissionais, materiais e insumos necessários para a assistência necessária à população local.

O secretário ainda reforçou a importância das ações colaborativas com as Forças Armadas, Força Nacional do SUS e demais instituições na intensificação e ampliação das capacidades de assistência ao povo Yanomami. “Nós entendemos que uma ação interministerial é extremamente importante, porque nesse momento de emergência nos estamos focados em salvar vidas e a nossa intenção é que, a médio e longo prazo, consigamos resolver a remoção dos mais de 20 mil garimpeiros que existem dentro do território Yanomami”.

Ainda de acordo com Tapeba, o principal problema identificado no território é a presença dos garimpeiros que tem matado os rios, os peixes, tornando as comunidades indígenas reféns deste cenário. “Infelizmente os dados que apareceram são alarmantes, e acreditamos que há, inclusive, uma subnotificação muito grande e estamos organizando essa operação de coordenação das ações que estão sendo realizadas no território”.

Assistência humanitária

Nessa segunda-feira (23), o Ministério da Saúde enviou 12 profissionais da Força Nacional do SUS para a região. Eles ficarão concentrados em Boa Vista (RR), onde prestarão serviços na Casa de Saúde Indígena (CASAI) e no hospital de campanha que está sendo preparado pelo Governo Federal.

Desde a última segunda-feira (16), equipes da Pasta se encontram na região Yanomami, território indígena com mais de 30,4 mil habitantes. O grupo se deparou com crianças e idosos em estado grave de saúde.

Saúde envia mais profissionais da Força Nacional do SUS a Roraima

Saúde envia mais profissionais da Força Nacional do SUS a Roraima 📸 © Julia Prado/MS

Com a crise de desassistência sanitária e nutricional constatada em território Yanomami, o Ministério da Saúde enviou, nesta segunda-feira (23), mais 12 profissionais da Força Nacional do SUS para a região. Eles ficarão concentrados em Boa Vista (RR), onde prestarão serviços na Casa de Saúde Indígena (Casai) e no hospital de campanha que está sendo preparado pelo Exército Brasileiro.

O voo com a equipe decolou da Base Aérea de Brasília por volta das 15h10. São 11 voluntários assistenciais e um da equipe de gestão central. Além dos profissionais, foram enviados equipamentos de atendimento de emergência, como pranchas rígidas e Desfibriladores Externos Automáticos (DEA).

“Essa mobilização é uma das estratégias. Trata-se de uma ação interministerial. Todos os profissionais atuarão de acordo com as determinações do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-Yanomami) e da Força Nacional do SUS. É uma situação difícil, em que as pessoas estão morrendo de fome, de desassistência, de falta de acesso à água e bens básicos”, explica o diretor do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (Dahu), Nilton Pereira Júnior.

Segundo Nilton, esta é mais uma providência do governo federal na região. O Ministério da Saúde monitora a todo o tempo, junto à equipe de gestão em Roraima e a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), a necessidade de envio de mais médicos e insumos.

Entre os integrantes da comitiva, está o enfermeiro José Henrique da Silva Júnior, 50 anos, de Brasília (DF). Ele participa da segunda missão pela Força Nacional do SUS e conta que, como profissional, nunca teve de lidar com situação semelhante antes. “Para nós, o que acontece lá é uma surpresa. Pelo que vimos na mídia, há muito sofrimento, a desnutrição está severa. Espero que consigamos realizar esse trabalho”, disse.

Desastre humanitário

Desde a última segunda-feira (16), equipes do Ministério da Saúde se encontram na região Yanomami, território indígena com mais de 30,4 mil habitantes. O grupo se deparou com crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição grave, além de muitos casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e outros agravos.

Após o retorno da missão, que deverá acontecer no próximo dia 25, a equipe tem cerca de 15 dias para apresentar um levantamento completo sobre a crítica situação de saúde.

📸 © Weibe Tapeba/Sesai/Divulgação

Rádio Centro Cajazeiras

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