?? Adesão de supermercados da PB ao delivery sobe mais de 1.400% durante a pandemia
O isolamento social ocasionado pela pandemia do novo coronavírus obrigou segmentos econômicos e comerciais a buscarem novos modelos de negócios. Mais de 80% dos supermercados de toda a Paraíba, pensando em viabilizar e potencializar as vendas, adotaram o sistema delivery, segundo a Associação dos Supermercados da Paraíba (ASPB).
Antes da pandemia, somente 10 estabelecimentos em João Pessoa e três lojas em Campina Grande tinham delivery. Depois da pandemia, a estimativa da ASPB é de que mais de 200 lojas, em todo o estado, tenham aderido ao formato, um crescimento de mais de 1.400%. A associação tem em torno de 250 lojas associadas.
De acordo com o supervisor da ASPB, Damião Evangelista, pelo menos em João Pessoa, a pandemia acelerou o processo de adesão à entrega em domicílio no estado. “Algumas lojas de João Pessoa estavam com o processo de fazer delivery já dentro do planejamento. A pandemia acelerou esse processo e tivemos essa adesão considerável não só na capital, mas em todo o estado”, afirmou.
Para facilitar a vida dos clientes, as lojas disponibilizam mais de uma forma de realizar pedido, por meio de aplicativos terceirizados ou próprios, sites próprios, WhatsApp ou telecomunicação. A maioria limita a quantidade de itens que podem ser pedidos.
O Supermercado Ideal, de Campina Grande, aderiu ao delivery no início da pandemia, ampliando o acesso a todos os clientes que não se sentem à vontade para sair de casa neste momento.
Ideal Supermercados, em Campina Grande — Foto: Ideal Supermercados/Divulgação
São cerca de 210 pedidos por semana, realizando entregas de segunda a sábado e recebendo os pedidos pelo WhatsApp, por telefone ou pelo site. Segundo o diretor administrativo do supermercado, Thiago Nascimento, as vendas têm superado as expectativas. “As vendas mais que dobraram no nosso estabelecimento. Pretendemos continuar com delivery mesmo depois da pandemia, pois o serviço caiu no gosto dos consumidores”, afirmou.
O Rede Compras, também de Campina Grande, já disponibilizava esse tipo de serviço desde 2017 apenas em uma de suas lojas. Depois da pandemia, precisou ampliar para atender o aumento na demanda e expandiu o serviço para as demais lojas.
Rede Compras, Campina Grande — Foto: Rede Compras/divulgação
Segundo a gerente de inteligência de mercado Luciana Castro, com o delivery, as vendas aumentaram em pelo menos 300%. “Somente de delivery, a gente recebe em torno de 450 pedidos por semana. O fluxo de compras presencial reduziu bastante e mesmo assim nós triplicamos nossos números de vendas”, disse.
Geovana Teixeira é jornalista e mora em Campina Grande, está fazendo compras de supermercado por meio de aplicativo aprovou a experiência. Segundo ela, pensar em ir a um ambiente onde tem muitas pessoas e a possibilidade de se contaminar com coronavírus causou pavor.
“É um serviço essencial e por ser normal todo mundo ir ao supermercado, me deu aflição pensar em estar em contato com tantas pessoas de fora. Estou em quarentena desde 15 de março e quando precisei fazer feira, optei pelo delivery, que é mais cômodo e menos arriscado”, comentou.
Apesar de parecer mais cômodo, ainda há quem prefira fazer compras presencialmente. Diogo Egypto é professor em João Pessoa, e para não correr o risco de se contaminar com a Covid-19, optou por fazer feira online, mesmo não estando enquadrado no grupo de risco da doença.
Mesmo não precisando sair de casa de casa, ele considera menos cômodo por não conseguir controlar aquilo que compra. “Acho menos prático, principalmente no que diz respeito à quantidade de frutas, verduras, itens que precisam ser pesados. No aplicativo, por vezes é difícil calcular a quantidade exata que você precisa, sem contar que às vezes falta algum item e o supermercado faz o estorno do valor”, disse.
Diogo também não pensa em continuar fazendo compras por delivery depois da pandemia. “Só penso em utilizar de forma pontual, caso adoeça ou não consiga sair de casa por algum motivo. Creio que as compras presenciais são melhores, por possibilitar comparar preços, quantidade e qualidade das frutas e verduras”, completou.
Via G1PB