😷 Após três anos, OMS decreta fim da pandemia de covid-19, a pior já registrada em cem anos
Depois de pouco mais de três anos, trilhões de dólares em perdas e milhões de mortos, a emergência internacional causada pela covid-19 chega ao fim, uma data que entra para a história recente da ciência e do mundo.
Nesta sexta-feira 05 de maio de 2023, a OMS anunciou que seus especialistas chegaram à conclusão de que o vírus não representa mais uma ameaça sanitária internacional e que, portanto, a crise é oficialmente declarada como encerrada. Pelas regras da agência, não existe uma declaração oficial do final da pandemia.
A crise que abalou famílias, sonhos, economias e projetos foi a maior pandemia em cem anos. Mas segundo o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, o anúncio não significa que o vírus desapareceu. Hoje, a cada três minutos, uma pessoa ainda morre pela doença. Para ele, portanto, governos precisam fazer uma transição para uma normalidade. Mas sem abandonar o monitoramento da doença e sem desfazer os investimentos que foram realizados.
“Uma das grandes tragédias é que não precisa ter sido assim”, disse Tedros, denunciando o fracasso da comunidade internacional. “Perdemos vidas que não precisavam ter sido perdidas”, insistiu. “Precisamos prometer a nossos filhos e netos que não voltaremos a fazer esses erros”, disse.
A emergência havia sido declarada no final de janeiro de 2020, quando pouco mais de cem casos tinham sido registrados e casos sequer tinham oficialmente chegado às Américas. Nenhuma morte havia sido oficialmente declarada.
Hoje, os cálculos apontam que cerca de 20 milhões de pessoas morreram desde aquele momento, com quase 800 milhões de pessoas oficialmente contaminadas.
O vírus, cuja origem até hoje é fonte de mistério, foi responsável por uma explosão sem precedentes da pobreza e desemprego no mundo, desmontando 30 anos de avanços sociais. As perdas econômicas atingiram trilhões de dólares, enquanto a própria realidade política de diversos países foi profundamente alterada.
A covid-19 zombou de fronteiras, de ideologias e da postura de líderes supostamente “fortes” que se recusavam a aceitar a gravidade da crise. “Ninguém estava preparado”, disse Jarbas Barbosa, diretor-geral da OPAS (Organização Pan-americana de Saúde).
Ao longo de três anos, o vírus, a vacina, a ciência, as máscaras, os tratamentos, o isolamento social e até os sobreviventes foram politizados.
No Brasil, diante de um governo que adotou uma postura negacionista, a doença matou mais de 700 mil pessoas e o país esteve entre os locais de maior contaminação no mundo.
Se governos em várias partes do mundo já tinham encerrado a fase de emergência, a OMS ainda insistia que não era o momento de dar fim à declaração. O temor da instituição é de que, sem uma pandemia, governos vão reduzir investimentos e o monitoramento da doença, além do sequenciamento de amostras e a identificação de novas variantes.
Ainda assim, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, decidiu seguir a recomendação dos especialistas e decretar o fim da emergência.
📸 © Ascom/PMA
Rádio Centro Cajazeiras