|🪖🇧🇴 Comunidade internacional, sociedade civil e gov. boliviano barram tentativa de golpe
Durou poucas horas a mobilização militar golpista de um setor das Forças Armadas da Bolívia que tentou acuar o governo do presidente Luis Arce. Depois de algumas de tensão, com tentativa de invasão do palácio presidencial por grupos armados liderados pelo general José Zuñiga, o jogo virou na política e nas ruas. Arce resistiu à ação golpista na entrada da sede do governo e determinou a destituição do comandante do Exército. Ainda neste quarta-feira (26) deu posse a novos membros do Alto Comando Militar e nomeou Jose Wilson Sanchez Velásquez como o novo comandante-geral, no lugar de Zuñiga.
Ao tomar posse, Velásquez ordenou a retirada das tropas das ruas. “Na condição de comandante-geral do Exército, ordeno que todos os militares que se encontrem nas ruas devem retornar a suas unidades”, disse. Do lado de fora, as praça central no entorno da sede do governo começou a ser tomada por populares e integrantes de movimentos sociais, que completaram a ordem de expelir os insurgentes do local.
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Em pronunciamento na Casa Grande del Pueblo, a residência presidencial boliviana, o presidente Arce criticou os militares que participaram da tentativa de golpe. “Deploramos atitudes de maus militares que, lamentavelmente, repetem a história recente do país, tratando fazer um golpe de Estado quando o povo boliviano sempre foi um povo democrático.”
Ele agradeceu ao povo boliviano pelo apoio nas redes sociais, a todos os países que estão se pronunciando em favor da democracia boliviana e também à polícia do país. “Chamamos o povo boliviano a mobilizar-se e manter a calma. Todos os bolivianos juntos vamos derrotar qualquer tentativa de golpe”.
Os militares “rebeldes” não tiveram apoio interno da sociedade, nem da oposição política ao MAS, tampouco da comunidade internacional. Zuñiga foi preso no início da noite.
Insurgência militar
As Forças Armadas bolivianas tomaram a praça central de La Paz e um veículo blindado invadiu a entrada do palácio presidencial, enquanto o presidente Luis Arce denunciava um golpe contra o governo e pedia apoio internacional.
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Soldados fortemente armados e veículos blindados foram vistos se reunindo na praça central, Plaza Murillo, liderados por Zuñiga.
Zuñiga disse recentemente que se Evo Morales, ex-presidente do país e que planeja concorrer nas eleições de 2025, retornar como presidente do país, irá bloqueá-lo, o que levou Arce a tirá-lo do comando do Exército. Embora pertençam ao mesmo partido, o MAS, Evo e Arce estão rompidos. Evo foi a primeira liderança boliviana a denunciar a movimentação golpista e a convocar e resistência dos movimento sociais.
Apelo à democracia
Durante à tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou preocupação com a situação na Bolívia. “Reafirmamos nosso compromisso com o povo e com a democracia no país irmão”, afirmou Lula. A mensagem foi divulgada poucas horas depois de o presidente boliviano, Luis Arce, e o ex-presidente Evo Morales, alertarem uma mobilização militar suspeita no centro da capital La Paz.
A sede do governo havia sido cercada e golpistas tentaram ocupar o palácio presidencial. Em pronunciamento, Arce determinou a demissão do comandante do Exército, Juan José Zuñiga, líder assumido da ação golpista. Zuñiga foi afastado na semana após se tornar suspeito de articular a ação militar, depois de ser acusado de corrupção.
O novo comandante indicado por Arce, segundo a Reuters, ordenou que os soldados voltassem aos quartéis.
“A posição do Brasil é clara. Sou um amante da democracia e quero que ela prevaleça em toda a América Latina. Condenamos qualquer forma de golpe de estado na Bolívia e reafirmamos nosso compromisso com o povo e a democracia no país irmão”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma rede social.
Em nota, o Itamaraty reiterou apoio e solidariedade ao presidente Luis Arce:
“O Governo brasileiro condena nos mais firmes termos a tentativa de golpe de estado em curso na Bolívia, que envolve mobilização irregular de tropas do Exército, em clara ameaça ao Estado democrático de Direito no país.
“O Governo brasileiro manifesta seu apoio e solidariedade ao Presidente Luis Arce e ao Governo e povo bolivianos. Nesse contexto, estará em interlocução permanente com as autoridades legítimas bolivianas e com os Governos dos demais países da América do Sul no sentido de rechaçar essa grave violação da ordem constitucional na Bolívia e reafirmar seu compromisso com a plena vigência da democracia na região. Esses fatos são incompatíveis com os compromissos da Bolívia perante o Mercosul, sob a égide do Protocolo de Ushuaia.”
O Itamaraty, por meio de suas repartições consulares na Bolívia, permanece atento à situação dos brasileiros no país.
Com informações de Agência Brasil, Reuters e Ministério das Relações Exteriores (MRE)
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