|💊⚕️ Climatério e menopausa: especialistas defendem terapia hormonal ofertada pelo SUS
O projeto que prevê tratamento no Sistema Único de Saúde para mulheres em climatério e na menopausa foi tema de audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais. A senadora Teresa Leitão, do PT de Pernambuco, relatora da proposta no colegiado, solicitou o evento com apoio dos senadores e médicos Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte, e Humberto Costa, do PT de Pernambuco. Idealizadora do Fórum Permanente de Defesa da Mulher Idosa, a médica ginecologista Socorro Morais considera que o país não tem políticas públicas de enfrentamento ao envelhecimento feminino.
(Socorro Morais) “Como diz a pesquisadora Ana Amélia Camarano, do IPEA, as mulheres quando findam o seu ciclo reprodutivo, elas morrem para as políticas públicas. Nós carecemos de dados, parece que esse assunto verdadeiramente não interessa. O que nós temos são estimativas ainda de 2014 que em 2024 teríamos entre 29 a 30 milhões de mulheres no climatério, 28% da população feminina. Mulheres que estão na janela de oportunidade pra gente fazer intervenções e melhorar a qualidade desse envelhecimento.”
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Na avaliação do especialista em ginecologia endócrina, Diogo Viana, adequar a reposição hormonal não é somente uma questão de sintomas, mas uma situação de prevenção de danos graves à saúde.
(Diogo Viana) “Menopausa não é só fogacho, não é só perda de memória. São complicações relacionadas à saúde. O estradiol tem o papel de defesa celular. Quando a mulher começa a perder a produção de estradiol, ela tem lesões em quatro órgãos: osso, músculo, cérebro e coração. As complicações são infarto, perda de massa muscular, osteoporose e as complicações relacionadas à demência. Repor o estradiol não é só melhorar a qualidade de vida da mulher, é diminuir custo de internação pro sistema público de saúde. Mulheres depois da menopausa morrem mais de infarto do que homens, internam mais por conta de fratura.”
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Também especialista em ginecologia endócrina, a médica Fabiane Berta alertou para o pouco acolhimento das pacientes e o desconhecimento de grande parte dos profissionais com as questões relacionadas à menopausa:
(Fabiane Berta) “É muito mais fácil colocar a menopausa na caixinha de loucura: toma um remedinho, você tá esquecida, irritada. Talvez esses sintomas que você está sentindo sejam só ansiedade, talvez o risco cardiovascular passou longe. Não é melhor você ir num psiquiatra? Até quando nosso entendimento sobre uma terapia hormonal vai ser de alienação? Nós não fomos educadas. A menopausa nunca veio pra nós como uma adolescência e uma menstruação: usa esse absorvente, vai ser assim.”
O projeto de lei, que já foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos, também institui a Semana Nacional de Conscientização para Mulheres na Menopausa. Manifestaram-se ainda na audiência pública sobre a proposta representantes dos ministérios das Mulheres e da Saúde e da Associação Menopausa Feliz. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.
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