|🚓 Atirador do RS que matou três e feriu dez, era CAC, tinha 4 armas e centenas de munições
Por Nara Lacerda, do Brasil de Fato
O motorista de caminhão, acusado de matar três pessoas e ferir outras dez na cidade de Novo Hamburgo (RS) nesta quarta-feira (23/10/2024), e que foi encontrado morto pela Brigada Militar (BI) dentro de casa, tinha diversas armas em casa e muita munição, segundo as forças de segurança do Rio Grande do Sul.
Em coletiva de imprensa, o chefe da Polícia Civil do estado, Fernando Antônio Sodré de Oliveira, afirmou que o local do crime lembra uma cena de guerra. Edson Fernando Crippa, de 45 anos, tinha posse de quatro armas, duas pistolas, um rifle e uma espingarda.
Ele informou que os equipamentos eram legalizados e que o acusado era Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). No entanto, Crippa era diagnosticado com esquizofrenia e já havia sido internado quatro vezes. As investigações vão apurar como ele conseguiu acesso legal aos armamentos mesmo com a doença mental. O motorista matou o próprio pai, o irmão e um PM.
“Não temos informações de que ele fazia parte de algum clube de tiro. Mas tudo indica que ele entendia de armas e que ele sabia atirar, inclusive porque ele abateu dois drones. Quem acerta um drone com uma pistola não é uma pessoa que não tem noção sobre armas. A munição era parte normal e parte de recarga, que é algo de quem tem contato com clubes de tiro e atiradores em geral.”
A polícia foi chamada à residência da família na noite de terça-feira (22), por meio de uma denúncia de maus tratos. Segundo as informações ele mantinha os parentes reféns. Após a chegada das forças de segurança, o acusado ainda conversou com os agentes, mas abriu fogo de maneira repentina várias vezes.
Segundo as forças de segurança do estado, todas as tentativas de negociação foram respondidas a tiros. Não foram repassados detalhes sobre as condições do óbito, mas o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), publicou nas redes sociais que a corporação “agiu com firmeza, e o atirador foi morto, evitando consequências ainda maiores”.
A ocorrência durou a noite toda. A polícia foi acionada por Eugênio Crippa, de 74 anos, pai do suspeito e tentou negociar a rendição do acusado. O irmão dele, Everton Crippa, de 49 anos, e o PM Everton Kirsch Júnior, de 31, também morreram.
Entre as pessoas feridas está a mãe do suposto atirador, Cleris Crippa, de 70 anos, que está internada em estado grave. A cunhada dele, Priscilla Martins, de 41 anos, também foi atingida. Além disso, seis policiais e um guarda municipal foram alvos de tiros. Um deles levou três tiros e foi hospitalizado em condições críticas.
O que aconteceu
Um homem matou a tiros o pai, o irmão e um policial militar na cidade de Novo Hamburgo (RS), região metropolitana de Porto Alegre, na madrugada desta quarta-feira (23/10).
Ao todo, dez pessoas ficaram feridas em meio ao tiroteio, incluindo policiais militares, um guarda municipal e civis. Nas primeiras horas da manhã, a Brigada Militar do Rio Grande do Sul entrou na casa onde o atirador estava e encontrou o homem morto.
“Segundo informações preliminares, um desentendimento familiar teria desencadeado a ocorrência”, informou a brigada militar em seu perfil na rede social X. Pelo Instagram, a corporação confirmou a morte do soldado Everton Kirsch, do 3º Batalhão da Polícia Militar, durante o cerco ao local.
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“O militar restou ferido fatalmente durante o cumprimento do dever, arriscando a própria vida pela segurança e proteção do povo gaúcho”.
Entenda
Em coletiva de imprensa, a brigada militar informou que, na noite de terça-feira (22), o pai do atirador entrou em contato com o Disque 190 relatando maus tratos por parte do filho.
Uma guarnição foi despachada para o endereço e, pouco tempo depois, o atirador iniciou os disparos – contra a própria família e contra os policiais que atendiam a ocorrência.
Outras viaturas foram deslocadas para o local. O atirador permaneceu todo o tempo dentro da residência.
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No início da manhã, depois de a brigada militar verificar que o homem estava caído no interior da casa, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) fez uma varredura no local e autorizou o acesso de uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à residência. Neste momento, a morte do atirador foi constatada.
A brigada militar ainda não confirma a origem do disparo que matou o atirador e aguarda o trabalho de perícia.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul assumiu o caso e deve investigar, inclusive, a origem do armamento utilizado pelo homem e se ele tinha posse (permissão para adquirir arma de fogo) ou porte (autorização para andar ou utilizar arma de fogo).
Com informações de Paula Laboissière e Gabriel Brum, da Agência Brasil
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