Em tempos de crise, consumo de cosméticos está aliado à busca por bem-estar físico e mental
Por mais que uma boa imagem pessoal abra vantagens nas relações sociais, embelezar-se deve ser, antes de tudo, um ato de amor próprio. Um reforço para a autoestima, diminuição da ansiedade e a manutenção da saúde mental, especialmente em tempos de pandemia. A própria história da humanidade se encarrega de provar isso.
Evidências estatísticas mostram que o consumo de cosméticos sobe em grandes crises – como as guerras mundiais -, mesmo que o poder de compra tenha sido reduzido. É o termo chamado de “Índice Batom”, cunhado por Leonard Lauder, presidente da empresa de cosméticos Esteé Lauder, nos meses subsequentes ao 11 de setembro de 2001. Por serem produtos mais baratos, mas que promovem bem-estar, acabam sendo mais buscados do que artigos de luxo.
“Historicamente, depois de um momento de fragilidade social, a gente busca nas cores, na energia delas, que impacta diretamente nosso psicológico, a beleza, de forma geral. Agora na pandemia, inclusive, essas ferramentas nos auxiliam muito na manutenção da autoimagem e autoestima”, destacou Priscilla Pêgo, maquiadora regional, em live realizada no nosso Instagram.
Análise
Relatórios da consultoria Euromonitor Internacional, do último mês de julho, apontam que as vendas de produtos de skin care e para os cabelos no Brasil serão as menos atingidas na área da beleza pela pandemia de Covid-19. Na outra ponta, com menor destaque, estarão as fragrâncias e as maquiagens. No entanto, os mesmos estudos sinalizam rápida recuperação dos itens e também dos tratamentos logo em 2021.
“Espera-se que as vendas de cosméticos coloridos tenham queda de 10% em 2020 a preços constantes de 2019, à luz do impacto da pandemia. Isso se compara à redução de 2% prevista para 2020 durante a pesquisa realizada no fim do ano passado”, afirma o estudo da Euromonitor.
“Aposto que, no pós-pandemia, a gente vá extravasar mais. Nosso foco de comunicação maior é o rosto, então, ele chega antes da roupa. Muita sombra colorida, batons coloridos, blushes como as mulheres usavam nos anos 80. Acredito muito no potencial das cores para alegrar a vida da gente”, coloca a maquiadora.
Já os produtos de skin care, de acordo com a empresa de consultoria internacional, serão puxados positivamente pelos cuidados com as mãos. “Com as instruções oficiais de desinfecção, as mãos do consumidor ficaram secas. Isso significa que o cuidado com as mãos foi capaz de registrar um crescimento positivo do valor em 2020 a preços constantes de 2019”, diz o documento.
Via Hoje em Dia