? Lava Jato comemorou ida de Witzel ao segundo turno para governo do Rio
A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba comemorou a ida de Wilson Witzel para o segundo turno da eleição para governador do Rio de Janeiro.
Diálogos do Telegram do grupo “Filhos de Januário”, formado por integrantes da força-tarefa, mostra um intenso debate entre os investigadores no dia 7 de outubro de 2018, data do primeiro turno da eleição de 2018.
Às 18h57, o então coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, diz: “Requião e Beto fora. Tamo comemorando aqui. Comedido kkkk. Acho q pra fora temos q ser mto cuidadosos. Mas a gente tem que fazer uma janta de comemoração”, disse sobre a derrota de Roberto Requião (MDB) e Beto Richa (PSDB) para o Senado.
Mais de uma hora depois, às 19h59, ele fala: “Vamos relacionar as notícias boas. 1. Beto Richa fora 2. Requião fora 3. Delcidio fora 4. Filhos de Cabral e Cunha fora 5. Witzel indo pro 2º no RJ 6. Lindbergh fora 7. Dilma fora 8. Pimentel fora 9. Graziotin fora”.
A mensagem faz referência a diversos políticos: Delcidio Amaral, rompido com o PT e candidato ao Senado naquele ano pelo PTC; aos filhos do ex-governador do Rio, Sergio Cabral, preso pela operação Lava Jato; ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, também preso, cuja filha foi derrotada na disputa para deputada federal.
Os demais citados são o ex-senador petista Lindbergh Faria; a ex-presidente Dilma Rousseff, candidata derrotada ao Senado por Minas naquele ano; Fernando Pimentel, candidato derrotado ao governo de Minas; e Vanessa Grazziotin, candidata derrotada à reeleição ao Senado pelo PCdoB.
Deltan também comemora a alta renovação no Senado. “Se a boca de urna se confirmar, podemos estar diante de uma grande vitória do combate à corrupção no senado”. Paulo, porém, o alerta: “Delta comemore mas com pudor p não parecer q está comemorando Bolsonaro”.
A CNN transcreve as mensagens nesta reportagem exatamente como foram redigidas no grupo do Telegram.
Defesa
“Segue resposta dos procuradores da República que integraram a força-tarefa Lava Jato:
1. Primeiro, é importante reafirmar que os procedimentos e atos da força-tarefa da Lava Jato sempre seguiram a lei e estiveram embasados em fatos e provas. As supostas mensagens são fruto de atividade criminosa e não tiveram sua autenticidade aferida, sendo passível de edições e adulterações. Reafirmam os procuradores que não reconhecem as supostas mensagens, que foram editadas ou deturpadas para fazer falsas acusações que não têm base na realidade.
2. Passados quase dois anos da divulgação das supostas mensagens, jamais se constatou, em qualquer caso concreto, uma ilegalidade, o que por si só já mostra a deturpação a que foram submetidas. Toda a atuação oficial dos procuradores se dá nos autos e fica registrada. Cada informação ou prova apresentada o é com a respectiva cadeia de custódia, apontando a origem e o caminho que permitiu chegar à prova, desde as suspeitas iniciais, passando pelas decisões judiciais quando cabíveis, até a obtenção e apresentação à Justiça. Se as alegações de ilegalidades fossem verdadeiras, seriam facilmente constatáveis nos autos.
3. No caso específico, ainda que os diálogos tivessem ocorrido da forma como apresentados – embora não se reconheça o seu conteúdo, seja pelo tempo, seja pela ordem em que apresentadas, seja pelo conteúdo -, sua adequada compreensão não revelaria qualquer ilegalidade. Pelo contrário, mostraria dedicação das autoridades para uma eficiente cooperação internacional na investigação de crimes.
4. É sabido que o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional) é um órgão que compõe a estrutura do Ministério da Justiça e tem dentre suas atribuições buscar o atendimento eficiente de pedidos de cooperação internacional por autoridades estrangeiras.”
? © Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Exatas News via CNN