Histórias de resistência protagonizadas por mulheres latino-americanas em defesa da terra e do meio ambiente. Do outro lado, desmandos cometidos por mineradoras e empresas transnacionais.

Esse é o contexto do premiado documentário ‘A ilusão da abundância’, da jornalista colombiana Erika González e do jornalista belga Matthieu Lietaert, lançado, nesta terça-feira, durante a 7ª edição da Marcha das Margaridas, em Brasília.

González explica o processo de produção do filme e o retrato da luta por justiça ambiental proposto a partir de histórias que se passam no Brasil, no Peru e em Honduras.

Moradora de Brumadinho, a defensora de direitos humanos e da natureza Carolina de Moura Campos revive, no filme, a tragédia do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, da Vale, que provocou a morte de 270 pessoas, em 2019.

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Carolina nos conta que uma década antes do rompimento já atuava em movimentos que monitoravam as ações da Vale na região. Ela afirma que a tragédia de Brumadinho é consequência da conduta da empresa e destaca os efeitos observados ainda hoje.

Integrante do Instituto Cordilheira, Carolina de Moura explica que a organização dispõe de um observatório das ações penais sobre a tragédia de Brumadinho. A protagonista do documentário chama atenção para a emergência climática global frente a atividades exploratórias.

A Marcha das Margaridas, a maior ação de mulheres da América Latina, exibe o documentário ao longo dos dois dias de evento. A marcha é uma homenagem a Margarida Alves, que foi uma sindicalista e defensora dos direitos humanos assassinada a mando de latifundiários, em 1983.  

Para os produtores do documentário, é emblemático lançar o filme durante o evento.

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Em nota, a Vale informa que segue comprometida em reparar os danos socioambientais causados pelo rompimento da barragem B1, em Brumadinho.

Diz também que o Corpo de Bombeiros, com o apoio da empresa, segue trabalhando nas buscas pelas vítimas do rompimento, o que limita a área já liberada para as ações de recuperação.

O comunicado diz ainda que uma área equivalente a 50 campos de futebol está em processo de recuperação ambiental na região, bem como é feito o monitoramento da biodiversidade ao longo do ribeirão Ferro-Carvão e Rio Paraopeba.

A Vale afirma que monitora a qualidade da água do rio e que passou a dispor de estruturas de contenção e uma estação de água fluvial para impedir que os sedimentos avancem pelo rio, tratando dois milhões de litros de água por hora.

Por fim, a Vale informa que no Acordo de Reparação, firmado em 2021, foi estimado o valor de R$ 5 bilhões para as ações ambientais, mas que “todas as ações necessárias para a recuperação socioambiental serão realizadas mesmo que este valor seja ultrapassado”.

Nesta quarta-feira, o documentário vai ser exibido às 19h, no teatro Silvio Barbato, do SESC do Setor Comercial Sul, em Brasília. As informações são da Agência Brasil.

📸 © Divulgação

Rádio Centro Cajazeiras

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