?? Estados e Saúde recorrem a ‘resto’ de CoronaVac para imunizar crianças
Estados estão usando o estoque da CoronaVac, negociado pelo Ministério da Saúde no ano passado, para acelerar a vacinação infantil contra covid-19. Sem novo contrato entre o governo federal e o Instituto Butantan —que produz o imunizante, em parceria com o laboratório chinês Sinovac—, as unidades federativas recebem doses adquiridas pelo governo federal até setembro de 2021 e que ainda não tinham sido distribuídas.
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Além disso, também contam com reservas próprias. Os governos de Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará, Piauí e São Paulo —que gerencia o Butantan— fizeram compras independentes em setembro e estão usando esses lotes.
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Procurados, os estados afirmam estar recebendo doses de CoronaVac de forma fracionada, porém periódica, do governo federal. O Ministério da Saúde informou que enviou 2,6 milhões de unidades nesta semana e pediu mais 10 milhões de doses ao Instituto Butantan —que diz ter lotes para pronta-entrega, mas negocia o preço (leia mais abaixo).
A imunização infantil começou no Brasil em 14 de janeiro, após o Ministério da Saúde enviar doses da Pfizer aos estados. Este imunizante já havia sido liberado para crianças de 5 a 11 anos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 16 de dezembro, mas o ministro Marcelo Queiroga, abriu consulta pública sobre o tema e postergou o início da campanha.
Em 20 de janeiro, a Anvisa aprovou a aplicação da CoronaVac, produzida pelo Butantan em parceria com a chinesa Sinovac, para a faixa etária de 6 a 17 anos —com exceção de imunossuprimidos.
A distribuição de doses para crianças
Sem novas compras desde o ano passado, tanto o ministério quanto os estados tiveram de recorrer aos respectivos estoques da vacina para agilizar a vacinação infantil.
Na última segunda (31), o Ministério da Saúde afirmou ao UOL que já havia distribuído um total de 7,5 milhões de doses para a imunização das crianças:
- 3,3 milhões da CoronaVac,
- 4,2 milhões de Pfizer.
Nesta semana, foram repassadas às secretarias estaduais mais 2,6 milhões.
A distribuição foi confirmada por governos estaduais. Secretarias da Saúde disseram receber de forma fragmentada os imunizantes para a vacinação infantil e, enquanto a distribuição não acelera, também usam estoques próprios.
Grande parte desses imunizantes ficou guardada por não ter sido usada para a terceira dose. Em setembro, quando lançou o instrutivo sobre o reforço, o Ministério da Saúde indicou o uso “preferencial” da Pfizer e não citou a CoronaVac. A recomendação foi seguida pela maioria dos estados e municípios, com exceção do estado de São Paulo.
Segundo o Painel de Distribuição de Vacinas, do ministério, foram enviadas aos estados 105 milhões de doses de CoronaVac entre 2021 e 2022. Na época das compras, a informação era que o governo federal havia adquirido 100 milhões de doses —46 milhões no primeiro contrato, e 54 milhões no segundo. Devido à interdição pela Anvisa, houve substituição de alguns lotes.
Areportagem procurou a pasta para confirmar a quantidade de CoronaVac que ainda resta no estoque, mas não teve resposta até o fechamento desta reportagem. Para a imunização do público infantil, o ministério prevê a distribuição total de 70 milhões de doses.
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Rádio Centro Cajazeiras via Uol