Conquista do voto feminino no Brasil completa 92 anos 📸 © Rovena Rosa/Agência Brasil

Por Bianca Mingote

As brasileiras só conquistaram o direito de votar e de serem votadas há menos de 100 anos, em 24 de fevereiro de 1932, após muita luta para ter os mesmos direitos políticos que os homens. Naquele ano, o voto feminino no Brasil foi reconhecido e incorporado à Constituição de 1934. Porém, era facultativo. Somente em 1965 veio a obrigatoriedade, sendo equiparado ao voto dos homens. A conquista se tornou um importante marco na história do país na luta das mulheres por igualdade de direitos. Em entrevista à Rádio Senado, a procuradora Especial da Mulher no Senado, Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte, destacou a importância de comemorar a data que coroa a luta das mulheres que resultou na conquista do voto. A senadora ressaltou ainda que a força feminina reverbera até hoje na conquista de direitos para as mulheres, como a aprovação da Lei Maria da Penha.

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Primeiro, a gente ser consciente que antes da gente já tivemos conquistas, que foi esse direito de votar e ser votado e o direito de aprender a ler e escrever que antes precisava o marido autorizar, em 1932, e que isso serviu de exemplo e que nós, mulheres que estamos nessa luta, temos que lembrar onde começou essas sufragistas que desafiaram, os desafios eram bem maiores do que o nosso e que sem elas a gente não estaria, mesmo lentamente, é uma operação lenta, porque faz quase 100 anos que começamos nisso, mas sempre acreditando que é possível fazer mais.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, hoje as mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro. Zenaide Maia defendeu ainda uma maior participação feminina nos três Poderes da República. Na avaliação dela, o envolvimento na política, seja na hora de votar ou de se candidatar, representa respeito pela luta das mulheres que brigaram por esses direitos no passado.

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Sem as mulheres, ninguém se elege. O que a gente precisa já vem, mas nós, que estamos aqui representando muitas que não têm voz, mostrar que se faz necessário, está aqui. Nós temos que estar no parlamento e no poder executivo, no poder judiciário, em todos os níveis, seja do município, do Estado ou do governo federal. E se a gente baixar a cabeça, a gente cai, às vezes a gente tem uns passos anos mais embaixo, mas a gente levanta e luta porque, com isso, nós estamos respeitando a luta das que nos antecederam. É isso que a gente tem que estar as mãos de mulheres. Se puder eleger as mulheres, é muito interessante.

Entre os nomes que se destacaram para conquistar os direitos políticos das mulheres, está a bióloga Bertha Lutz, que fundou a Liga para a Emancipação Internacional da Mulher. O grupo de estudos tinha como finalidade a luta pela igualdade política das mulheres. Inclusive, o Senado criou o Diploma Bertha Lutz, que premia anualmente mulheres e homens que tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos da mulher no país, em qualquer área de atuação. O diploma é entregue em sessão do Senado durante as atividades do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. Sob a supervisão de Pedro Pincer, da Rádio Senado.

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