Para a classe política paraibana, a pandemia do coronavírus parece ter ficado no passado. Pelo menos agora, às vésperas do período eleitoral. Essa é a impressão deixada pelas dezenas de convenções partidárias realizadas no último fim de semana – a maioria delas realizada com a presença exagerada de apoiadores.

Prefeitos, vereadores, e candidatos deixaram de lado as recomendações dos órgãos de saúde e lotaram ginásios, clubes e espaços de recepção nos municípios. Não houve qualquer tipo de fiscalização por parte de órgãos públicos.

A busca por votos e pelo apoio nas urnas foi mais forte que a responsabilidade com a saúde pública dos próprios eleitores e o combate ao vírus, um péssimo exemplo deixado por quem quer, no futuro, gerir prefeituras e Legislativos municipais.

Em algumas cidades, como no caso de Brejo dos Santos, até carreata foi realizada.

E o pior: muitos dos que estimularam as aglomerações no fim de semana são prefeitos que concorrem à reeleição em novembro e foram os mesmos que, meses atrás, editaram decretos de calamidade pública e restringiram a abertura de estabelecimentos comerciais em suas cidades. Um verdadeiro contrassenso!

Sem uma regulamentação eleitoral própria, que pudesse proibir a realização de convenções presenciais este ano, ficou para o senso de responsabilidade dos partidos e candidatos a escolha do formato desses atos. E, convenhamos, as cenas registradas no fim de semana já eram esperadas…

As preocupações com a pandemia sucumbiram diante da ganância por votos e da necessidade de demonstrar força nos ‘currais eleitorais’.

Se os órgãos de fiscalização não adotarem providências, as aglomerações continuarão sendo vistas do Litoral ao Sertão e, pelo menos agora, não haverá pandemia. Não para os políticos, é claro.

Via blog Pleno Poder do Jornal da Paraíba