Ceará, Maranhão e Bahia apresentam aumento de casos graves por rinovírus em crianças e adolescentes
📸 © Ricardo Trida/SECOM via Fotos Públicas

novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (07/11/2024), mostra aumento de casos graves de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por rinovírus entre crianças e adolescente nos estados da Bahia, Ceará, Rio de Janeiro e Maranhão. No Espírito Santo, Goiás, Amazonas e Amapá também há sinal de crescimento ocorrências de SRAG nessa faixa etária, embora o Espírito Santo já comece a mostrar desaceleração. No cenário nacional, os casos de SRAG por Covid-19 continuam em queda na maioria dos estados da região Centro-Sul – com exceção apenas do Rio de Janeiro, que apresenta manutenção do sinal de retomada do crescimento. O estudo é referente à Semana Epidemiológica (SE) 44, de 27 de outubro a 2 de novembro.

A atualização mostra também que 11 das 27 unidades federativas, até a SE 44, sinalizam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas): Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí e Rio de Janeiro. Entre as capitais, dez apresentam aumento de casos de SRAG – Goiânia, Macapá, Manaus, Salvador, São Luís, São Paulo, Rio de Janeiro Teresina e Vitória.

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Boletim verificou ainda um leve aumento das notificações de casos de SRAG por influenza B nas últimas semanas, especialmente na população de 14 a 49 anos. Até o momento, no entanto, conforme observa estudo, o número de registros de casos graves por influenza B ainda não é muito expressivo e não tem criado impacto nas hospitalizações por SRAG nessa faixa etária em âmbito nacional. 

Pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenadora do InfoGripe, Tatiana Portella reforçou que a retomada do crescimento dos casos graves por Covid-19 foi verificada especialmente entre os idosos no Rio de Janeiro, enquanto o rinovírus continua o principal vírus que tem levado à hospitalização crianças e adolescentes de até 14 anos. Diante desse quadro, Portella ressaltou a importância de que todas as pessoas dos grupos de risco – como idosos, crianças pequenas, pessoas com comorbidades e puérperas – estejam em dia com a vacinação contra a Covid-19.

“Em alguns estados como Espírito Santo, Goiás, Amazonas e Amapá, a gente também observa um aumento dos casos de SRAG entre crianças e adolescentes de até 14 anos. Porém, os dados laboratoriais disponíveis nesses estados ainda não permitem fazer uma associação sobre qual vírus respiratório tem levado a esse aumento de hospitalizações. Mas, muito provavelmente, os causadores desse aumento de internações são vírus como o próprio rinovírus, o VSR e o metapneumovírus”, afirma a pesquisadora. 

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Em nível nacional, há sinal de estabilidade ou oscilação de SRAG na tendência de longo (últimas seis semanas) e de aumento na tendência de curto prazo (últimas três semanas). A incidência de SRAG por Covid-19 tem apresentado maior impacto em crianças pequenas e idosos, enquanto a mortalidade tem sido mais elevada entre idosos a partir de 65 anos. 

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 11% para influenza A; 11,1% para influenza B; 4.9% para vírus sincicial respiratório (VSR); 36,8% para rinovírus e 24,2% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a prevalência entre os casos positivos foi de 16,3% para influenza A; 11,2% para influenza B; 0,5% para VSR; 7,4% para rinovírus; e 56,3% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Ano epidemiológico 2024

Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 153.448 casos de SRAG, sendo 72.043 (46,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório 64.913 (42,3%) negativos, e ao menos 8.338 (5,4%) aguardando resultado laboratorial.

Dentre os casos positivos do ano corrente, 17,6% são influenza A; 1,5% são influenza B; 36% são VSR; 25,8% são rinovírus; e 19,1% são Sars-CoV-2 (Covid-19). 

Óbitos e Incidência

A incidência e a mortalidade semanal média, nas últimas oito semanas epidemiológicas, mantêm o cenário típico de maior impacto nos extremos das faixas etárias analisadas. Enquanto a incidência de SRAG apresenta impacto mais elevado nas crianças até dois anos, em termos de mortalidade a população a partir de 65 anos é a mais impactada. 

Já em relação aos casos de SRAG por Sars-CoV-2 (Covid-19), a incidência tem apresentado maior impacto nas crianças pequenas e idosos, enquanto a mortalidade tem sido mais elevada entre os idosos a partir de 65 anos. 

Em relação aos demais vírus com circulação relevante no país, o impacto nos casos de SRAG tem se concentrado nas crianças pequenas e associados principalmente ao rinovírus, enquanto a influenza A também se destaca na mortalidade da população idosa a partir de 65 anos.

|📸 © Tony Winston/Agência Brasília

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