Mosquito maruim, transmissor do vírus da Febre Oropouche 📸 © Divulgação via Ag. Pará

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde, confirmou, nesta quarta-feira (09/10/2024), os dois primeiros casos de Febre Oropouche autóctones – quando a infecção ocorre no estado de origem do paciente – na Paraíba e fez um alerta para a prevenção e controle do agravo com sintomas semelhantes a outras arboviroses, como dengue e chikungunya.

Os casos confirmados são de um homem de 42 anos, residente do município de Campina Grande, que iniciou os sintomas no dia 1º de outubro (febre 39ºC; dores pelo corpo, náuseas, dor de cabeça intensa, dores abdominais), passou por atendimento na UPA daquele município e segue com permanência de cefaleia (dor de cabeça), náuseas e está sendo acompanhado pela Secretaria Municipal de Saúde de Campina; e de uma mulher de 41 anos, residente em Alagoa Nova, que não é gestante, também iniciou os sintomas semelhantes, no dia 1º de outubro.  Ela foi atendida na Unidade de Saúde da Família, segue sem sintomas e também está acompanhada pela Secretaria Municipal de Saúde.

***

|👉 LEIA TAMBÉM:

**

Nesta quarta-feira pela manhã, o secretário de Estado da Saúde, Ari Reis, esteve reunido com todos os secretários municipais de saúde da Paraíba, na reunião da Comissão de Intergestores Bipartite (CIB), quando destacou que a Secretaria de Estado da Saúde dará todo o suporte aos municípios.  “Os pacientes que porventura apresentarem sintomas terão o apoio na rede de urgência e emergência de pronto atendimento do Estado. Além disso, estamos com vigilância ativa em todos os municípios da Paraíba, realizando treinamento de equipes, capacitação nos protocolos, através da GEVS. Ou seja, estamos preparados, monitorando as situações dos cenários epidemiológicos e acompanhando junto com os grupos de trabalho de outros estados”, frisou.

***

|👉 LEIA TAMBÉM:

**

A responsável técnica pelas arboviroses da SES, Carla Jaciara, reforçou a necessidade com os cuidados de prevenção e controle do agravo. “É importante procurar o Serviço de Saúde nos primeiros cinco dias de início dos sintomas, para que seja feita a coleta de forma oportuna e adequada, como também para que os profissionais fiquem atentos à sintomatologia, sendo muito semelhante à dengue e chikungunya”, disse, ao informar que as amostras são encaminhadas para o Lacen, laboratório de referência no estado.

Além disso, Carla alertou a população para evitar a circulação em áreas que tenham casos já confirmados; usar repelente, principalmente as gestantes, e usar roupas que protejam as partes do corpo que ficam mais expostas ao mosquito maruim, transmissor do vírus da Febre Oropouche.

Outras formas de prevenção incluem limpar terrenos e locais de criação de animais; recolher folhas e frutos que caem no solo; usar telas de malha fina em portas e janelas; eliminar os criadouros do mosquito e não se expor no horário de pico do inseto, normalmente no fim da tarde.

 |🦟 Que mosquito é esse? 

Assim como a dengue, a zika e a chikungunya, a febre do oropouche é transmitida por picada de mosquito, mas não pelo Aedes aegypti. O vetor, neste caso, é o Culicoides paraensis, chamado popularmente de maruim, meruim, mosquito pólvora ou mosquito do mangue. Ele mede de um a três milímetros, ou seja, menor que o aedes. 

Outra característica que difere as duas espécies são os locais de preferência. O Culicoides busca lugares úmidos, com muita matéria orgânica em decomposição, como folhas, galhos, cascas, frutas e verduras. As recomendações para evitar a picada são uso de roupas que cubram o corpo e de repelentes. A população também deve evitar áreas com grande presença do inseto

O Brasil tem um teste específico para detectar a doença, desenvolvido pela Fiocruz. Ele está disponível em todo o país. Felipe Gomes Naveca destaca que a descentralização dos exames permite uma visão mais ampla da circulação do vírus e elementos mais consistentes para o controle. 

“Por exemplo, São Paulo e Paraná detectaram casos importados do Amazonas e do Acre, que chegaram com os sintomas desses lugares, justamente porque existe esse método de diagnóstico. Recentemente tivemos relatos na Bahia e no Piauí, que estão em investigação.” 

O professor completa que é difícil prever o ritmo de crescimento que a doença pode alcançar nas próximas semanas e meses, por isso é tão importante a continuidade das pesquisas e da vigilância.  

“Se esses casos são autóctones, ou seja, pessoas que não saíram do estado e foram infectadas no estado, ou se elas têm um vínculo epidemiológico de ter viajado para a área endêmica, ainda não temos como afirmar. Mas não seria totalmente uma surpresa, porque temos o vetor espalhado pelo país inteiro. Nesse momento, o mais importante é estarmos atentos=. Só conseguimos combater aquilo que nós conhecemos.”

|📸 © Divulgação

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.

Participe de nossa Programação!