Meteorologia prevê fevereiro com chuvas acima da média e temperaturas elevadas no Brasil
📸 © Fernando Frazão/Agência Brasil

Por Leandro Martins e Carolina Pessoa, da Agência Brasil

Fevereiro está chegando e a previsão é de chuva acima da média, em grande parte do país, durante o mês. Mas, a distribuição vai ser diferente, conforme a região. É o que informa o Inmet – Instituto Nacional de Meteorologia.

Vai chover a mais no Sudeste, Nordeste e na parte norte do Centro-Oeste brasileiro. Esse cenário favorece a agricultura, já que a umidade do solo vai estar alta na região do Matopiba, que engloba áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. As chuvas acima da média favorecem o plantio de grãos para a próxima safra. Já nos estados de Rondônia, Amazonas, Acre e no norte de Mato Grosso, a chuva vai ocorrer abaixo da média do mês.

Na Região Sul, os volumes de chuva vão variar. Na metade leste do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, vai chover acima da média. Mas, na metade oeste dos três estados, a previsão é para volumes abaixo da média, o que pode afetar o desenvolvimento de algumas lavouras.

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Já as temperaturas devem ficar acima da média em praticamente todo o país, durante o mês de fevereiro. Em parte do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, são previstas temperaturas próximas à média. Só vai ser diferente no Rio de Janeiro, Espírito Santo e parte de Santa Catarina, únicos estados do país onde a temperatura vai ficar um pouco abaixo da média.

🥵 Ondas de calor mataram 48 mil brasileiros entre os anos 2000 e 2018

Ondas de calor mataram 48 mil brasileiros entre os anos 2000 e 2018 📸 © Tomaz Silva/Agência Brasil

Em quase duas décadas, mais de 48 mil mortes foram provocadas pelo forte calor associado a doenças crônicas no Brasil.

Esse é o resultado de um estudo do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com base em dados do Sistema Único de Saúde. A análise foi conduzida por pesquisadores da instituição com representantes da Fiocruz, Universidade de Brasília e Universidade de Lisboa.

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Entre 2000 e 2018, as taxas de mortalidade relacionadas às ondas de calor foram maiores entre pessoas do sexo feminino, idosas, negras, pardas ou com níveis educacionais mais baixos.

Djacinto Monteiro, pesquisador da UFRJ, explica porque estes grupos são os mais vulneráveis.

O estudo também indica que o Brasil experimentou de 3 a 11 ondas de calor por ano na década de 2010, um aumento significativo em relação às 4 décadas anteriores, em que os episódios de altas temperaturas não ocorriam ou chegavam no máximo a 3.

A pesquisa mostra ainda que as taxas de mortalidade relacionadas às ondas de calor variam entre regiões geográficas do Brasil, vinculando-se às desigualdades sociais, incluindo a expectativa de vida.

Djacinto Monteiro acrescenta que tais resultados sugerem a existência de racismo ambiental.

O especialista aponta soluções para mitigar a situação, como elaboração de sistemas de alertas para ondas de calor, maior conscientização dos riscos pela população e preparação das cidades para as mudanças climáticas, com investimentos em infraestrutura, como áreas verdes e abrigos, maior preparação do sistema público de saúde e políticas públicas de enfrentamento às mudanças climáticas que considerem as desigualdades sociais do país.

|📸 © Luciana Pires/Secom-PMP

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