Raios matam homem no Sertão da Paraíba e 14 garrotes em Mauriti, no Cariri do Ceará 📸 © Ilustrativa/Reprodução de vídeo

O Brasil é o país com maior incidência de raios do mundo. Por ano, há 77,8 milhões, em média, de descargas atmosféricas que rompem o céu e atingem o solo brasileiro. Conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), anualmente, cerca de 110 pessoas morrem em decorrência do fenômeno, que também deixa mais de 200 feridos e causa, a cada ano, prejuízos de um bilhão de reais.

Um homem de 26 anos que residia em Juru, Sertão da Paraíba, foi uma das vítimas mais recentes que acabou morrendo após ser atingido por um raio na zona rural do município paraibano nesta última quarta-feira (15/3), Marcos Fernandez Leite da Silva, ‘Nandinho’ era casado e tinha um filho.

Enquanto isso no vizinho estado do Ceará 14 garrotes morreram atingidas por um raio em um sítio na zona rural de Mauriti, no Cariri do Ceará, na noite da última terça-feira (14). As mortes foram confirmadas pelo secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Paulo Gomes. Os animais foram encontrados mortos na manhã desta quarta-feira (15).

“Uma noite muito chuvosa com muitas descargas elétricas. Os animais estavam abrigados em baixo de umas árvores próximo a uma cerca de arame farpado, e foram atingidos por um raio”,

disse o secretário.

 

Raio mata garrotes durante noite chuvosa no Cariri do Ceará 📸 © Reprodução

Mauriti registrou fortes precipitações nas últimas 24 horas. Foi o sexto maior volume do estado.

No ranking de fatalidades causadas por raios de países com estatísticas confiáveis, o Brasil é o segundo na América Latina com o maior número de mortes (o México ocupa o primeiro lugar), e o sétimo no mundo. Em suma, nos últimos 20 anos – 2000 a 2019 – 43% das mortes por raios ocorreram no verão e 33% durante a primavera. Esses são os períodos do ano em que as altas temperaturas e umidade do ar favorecem a formação de tempestades e raios.

Durante o período de chuvas intensas, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) lança um alerta para o perigo de descargas atmosféricas, que representam riscos. Com a incidência de raios durante eventos dessa natureza, o CBMCE orienta a população com dicas de segurança para redobrar os cuidados durante os temporais, seja dentro ou fora de casa.

Alerta

O primeiro alerta é para a população evitar locais abertos e descampados, como campos de futebol, praias e estacionamentos. Além disso, nesses casos, deve-se evitar proximidade com estruturas metálicas, como cercas de arame, varais metálicos, linhas férreas, torres de telefonia e outras estruturas que possam atuar como condutoras da descarga elétrica.

De acordo com o major Aluízio Souza Freitas, é importante ter sempre cuidado em áreas abertas ao perceber mau tempo com formação de nuvens carregadas. “A dica é de que o indivíduo abrigue-se em um ambiente fechado, tais como casas, comércios, indústrias, veículos ou instalação subterrânea, como metrô”.

Dentro de um veículo, a orientação é não sair. Feche os vidros e não encoste em partes metálicas. Outra dica é evitar lugares abertos, como estacionamentos, praias e campos de futebol.

Na praia, rio, lago ou piscina, os Bombeiros orientam que se retire imediatamente. Também é importante manter a distância de lugares ou objetos altos, como árvores, postes, quiosques, caixa d’água, torres, antenas e de objetos metálicos grandes e expostos, como tratores, escadas e cercas de alarme ou cercas em sítios e fazendas.

Em local aberto, sem um abrigo próximo, e sentir que seus pêlos estão arrepiados, ou que sua pele começou a coçar, fique atento, já que isto pode indicar a proximidade de um raio que está prestes a cair. Neste caso, ajoelhe-se e curve-se para frente, colocando suas mãos nos joelhos e sua cabeça entre eles. Não fique deitado.

Recomendações

“Recomendamos também que não soltem pipas e não carreguem objetos, como canos e varas de pesca, principalmente se forem metálicas, além de evitar andar de bicicleta, carro sem capota (conversível), motocicleta ou cavalo”, explicou o major Aluízio Souza Freitas.

Os raios são muito perigosos, podem causar lesões e até serem fatais. Embora as chances de atingir uma pessoa sejam pequenas, a incidência desses acidentes é grande.

As mortes e ferimentos em pessoas nem sempre estão associados à descarga de um raio diretamente. Da mesma forma, esses danos podem ser causados por efeitos indiretos, como a queda de um raio próximo ao local onde a vítima esteja. A propósito das tempestades, o major ainda afirmou que “um raio, pode sim, cair duas ou mais vezes no mesmo lugar”.

Ele explica que o raio atinge o objeto mais alto de um determinado local e que “as descargas elétricas causadas por quedas de raio acontecem, quase sempre, durante temporais. A incidência de raios é mais comum durante os temporais de verão, mas também podem ocorrer no inverno”.

Dentro de casa

Mesmo dentro de casa, a população também deve ter cuidados redobrados. As pessoas devem manter distância de janelas, canos, portas, espelhos e outros materiais metálicos. Além disso, também é recomendado afastar-se de tomadas elétricas. Os bombeiros militares, ainda ressaltam que equipamentos ou eletrodomésticos não devem ficar plugados na tomada, assim como aparelhos celulares e computadores. É bom evitar tomar banho em chuveiro elétrico ou ficar próximo à rede hidráulica, como torneiras e canos.

Os aparelhos celulares devem ser desligados das tomadas após serem utilizados. Por fim, os Bombeiros reforçam que a população não deve utilizar equipamentos não homologados e sem certificações de segurança, como carregadores falsificados. Outra orientação importante é nunca dormir com os aparelhos sob o travesseiro.

Choque elétrico

Nunca tocar a vítima de descarga elétrica diretamente e também é preciso desligar a chave geral da energia. Caso o interruptor não seja localizado, recomenda-se procurar um pedaço de madeira ou qualquer material não-condutor de eletricidade para que a vítima seja afastada da fonte de energia. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) deve ser acionado imediatamente, por meio do telefone 192.

“Caso a vítima esteja desacordada, orientamos que seja iniciado uma massagem cardiorrespiratória e ligue em algum desses números 190, 193 ou 192. Se a vítima estiver sem respiração ou agonizando para respirar, orientamos que deite a vítima de costas, numa superfície rígida; posicione seus braços estendidos, com os seus dedos entrelaçados no centro do tórax da vítima, entre os mamilos. Utilize o peso do seu corpo e inicie compressões torácicas de forma rápida e forte, a manobra deve ser efetuada com frequência de 120 compressões por minuto e permita o retorno total da parede torácica da vítima. Não interrompa as manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar até a chegada do socorro”, detalhou.

📸 © Albrecht Fietz/Pixabay

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