Se os grandes clubes de massa do país estão sentindo os impactos aprofundados da pandemia impactar diretamente em seus cofres, os pequenos estão sofrendo ainda mais, e prestes a estrear no Campeonato Paraibano 2021, o Atlético de Cajazeiras não teve mais saída e nesta sexta-feira (09), o presidente Eduardo Jorge precisou expor a dificuldade financeira que o clube tem enfrentado. Ele garantiu que o clube seguirá firme com o projeto para disputar a competição, mas adiantou que sem recursos, a única possibilidade é reformular o grupo de jogadores mais uma vez e entrar em campo com um “time modesto”.

Em entrevista ao programa Giro Esportivo, da Rádio Cidade de Cajazeiras, Eduardo Jorge explicou que o problema tem relação com o repasse do patrocínio da Prefeitura de Cajazeiras para o clube, que servirá para pagar os salários dos jogadores, comissão técnica e funcionários do Atlético. Hoje, a gestão municipal é o maior patrocinador do time sertanejo.

“Estamos procurando recursos para que possamos pagar a folha. Já foi feito um repasse [pela prefeitura] e isso ajudou um pouco a nossa situação. Eu tenho jogadores que estão aqui há 60 dias, foram abandonados pela empresa que gerenciava o departamento de futebol e mesmo assim continuaram com a gente. O que acontece é que muitos deles são pais de família e se não conseguirmos um repasse financeiro, dentro da legalidade, pois sabemos que a prefeitura não tem só o Atlético para ajudar, vai ficar complicado”, disse o dirigente atleticano.

Torcedor do Trovão Azul do Sertão e preocupado com a situação do time, após a renúncia da diretoria anteriormente formada pela Família Lira, como são conhecidos em Cajazeiras os ex-dirigentes, Eduardo Jorge assumiu o desafio de presidir o clube. Ele se mostrou preocupado com a situação do time, mas disse que “o jogo” sempre será aberto com a torcida e com a cidade.

“Não adianta enganar o torcedor. Ele é o primeiro que precisa ter ciência do que nós temos. Estou com muita esperança que vai dar tudo certo. Tivemos que desmontar o time que tínhamos, por causa da parceria desfeita com a H9 Soccer [empresa que gerenciava o departamento de futebol] e formar outro. Explicamos a situação para a prefeitura, que precisávamos de um adiantamento das parcelas do patrocínio, mas ainda não conseguimos consolidar isso”, contou.

O diálogo entre os representantes da prefeitura de Cajazeiras e do Atlético é para que as parcelas do patrocínio pago pelo poder público ao time sejam adiantadas e assim, a diretoria possa quitar a folha de pagamento dos atletas.

Eduardo Jorge falou que caso os recursos não cheguem ao ‘bolso’ do Trovão Azul do Sertão, a diretoria já avalia acionar um plano de manter o time só com atletas pagos por colaboradores do clube e outros jogadores que, segundo Eduardo, vão atuar pelo clube a custo zero.

“Hoje temos um time para estrear, mas se não der certo, vamos jogar com os atletas que são pagos por Neguinho [dirigente do Atlético e secretário da prefeitura de Cajazeiras], o que é pago pela Tallentu’s [empresa que gerencia o departamento de futebol], outros jogadores, que para nós serão custo zero e vamos trabalhar para segurarmos a comissão técnica”, falou.

Eduardo Jorge encerrou a entrevista com uma declaração triste, mas que traduz a realidade dos que lutam pela sobrevivência dos clubes não-milionários do futebol brasileiro. “Estamos em negociação para fazer tudo aquilo que queremos, que é um time para brigar. Se não der certo, vamos disputar a competição do jeito que a realidade nos permite”, finalizou.

A estreia do Atlético de Cajazeiras no Campeonato Paraibano está programada para às 20h da próxima quarta-feira (14), diante do Treze, no Estádio Amigão, em Campina Grande.

? © Gabriela Sávio/Atlético PB

Rádio Centro Cajazeiras via Jornal da Paraíba

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