O jogo entre Santos e Audax, às 14h (de Brasília) desta quarta-feira (26), marca a volta da primeira divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino após cinco meses e meio. A competição foi interrompida em 15 de março, durante a quinta rodada, devido à pandemia do novo coronavírus.

O retorno foi condicionado à realização de partidas sem público e a um protocolo de saúde, que tem, entre as normas, acesso restrito a campo e vestiários, realização de exames da Covid-19 (que são custeados pela Confederação Brasileira de Futebol), aferição de temperatura e uso frequente de máscaras – exceto por quem estiver jogando. Os procedimentos são os mesmos do Brasileiro masculino, segundo o coordenador médico da entidade, Jorge Pagura, mas podem ser adequados com o desenrolar do torneio.

Outras duas partidas movimentam a quarta, também completando a quinta rodada. Às 15h30 (de Brasília), o Internacional recebe o Flamengo. Já às 19h30 (de Brasília), a Ferroviária visita o Corinthians, na reedição da final do ano passado. Os demais times só reestreiam a partir de sábado (29), pois já estiveram em campo pela quinta rodada, antes da paralisação.

Aliás, o período sem futebol devido à pandemia teve impacto diferente nos participantes. Os chamados “clubes de camisa”, aqueles que construíram a tradição no futebol no masculino, mantiveram a base. Alguns até se reforçaram. O Palmeiras, por exemplo, trouxe a zagueira Janaína Queiroz, que estava no Braga, de Portugal, e a lateral/meia Camilinha, que atuou no Orlando Pride, dos Estados Unidos.

Ex-time de Camilinha antes da ida para os Estados Unidos, o Corinthians repatriou a lateral Yasmin, que estava no Benfica. Daiane, também lateral que atuava pelo Benfica, trocou Portugal pela Ferroviária, clube onde foi campeã nacional e da Libertadores. O Internacional também foi ao exterior buscar um reforço: a atacante Rafa Travalão, que jogava nos Emirados Árabes.

Mas, se algumas equipes fizeram contratações pontuais, outras tiveram que ir ao mercado para se restruturarem de verdade. É o caso do Audax, que iniciou o campeonato com um elenco bem jovem, formado em parceria com o Instituto Tiger, que fomenta a modalidade na comunidade de Heliópolis, zona sul de São Paulo. O técnico Wagner de Oliveira explica que os pais de algumas jogadoras menores de 18 anos retiraram as meninas do projeto, por medo da pandemia.

O caso mais delicado é o do Iranduba. A equipe de Manaus afirma que a patrocinadora master, a empresa britânica Vegan Nation, não cumpriu o contrato, que previa o pagamento em moedas virtuais, que entrariam no mercado no ano passado e poderiam ser trocadas por dinheiro – o que não aconteceu. Em crise, o time perdeu quase todas as atletas, e corre contra o tempo para ter condições de ir a campo no sábado (29) contra o Vitória.

O Brasileiro Feminino tem a Ferroviária na ponta, com 12 pontos. O Santos tem a mesma pontuação, mas fica atrás no saldo de gols. Avaí/Kindermann, Palmeiras, Corinthians, Grêmio, Cruzeiro e Internacional completam os oito primeiros, que se classificam para as quartas de final. Se o campeonato terminasse agora, cairiam para a segunda divisão: Flamengo, com seis pontos, Audax, Vitória e Ponte Preta – os três ainda zerados.

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