Instituído no Brasil em 2003, o Dia da Consciência Negra virou feriado em alguns estados e municípios brasileiros. Em breve, poderá se tornar feriado nacional. Tramita no Congresso, projeto de lei que propõe a valorização da luta contra o racismo. A data escolhida, 20 de novembro, coincide com a morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da luta contra a escravidão.

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O Dia da Consciência Negra abre caminho para diversos debates e reflexões mais do que urgentes na nossa sociedade.

Pensando nisso, listamos alguns filmes em que os negros são os protagonistas da ação.

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A COR PÚRPURA (1985) – direção de Steven Spielberg

Baseado no romance da escritora afro-americana, Alice Walker, A Cor Púrpura tem como protagonista Whoopi Goldberg. Conta a história de Celie, uma mulher negra marcada por abusos. Violentada pelo pai aos 14 anos, Celie enfrenta repressões causadas pelos homens durante toda a sua vida. Com diversas indicações ao Oscar, o filme rendeu o prêmio de melhor atriz para Whoopi Goldberg no Globo de Ouro.

MISSISSIPI EM CHAMAS (1988) – direção de Alan Parker

Dirigido por Alan Parker, Mississipi em Chamas conta a história de uma investigação sobre a morte de três militantes negros. Dois agentes do FBI, interpretados por Willem Dafoe e Gene Hackman, lideram a investigação em uma pequena cidade dos Estados Unidos. No local, o racismo é latente e a segregação social contra a comunidade negra é visível. Em 1989, o filme foi premiado com o Oscar de Melhor Fotografia. Também recebeu três prêmios BAFTA, em 1990. Ainda naquele ano, Gene Hackman foi premiado como melhor ator pelo Festival de Berlim.

FAÇA A COISA CERTA (1989) – direção de Spike Lee

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Em Faça a coisa certa, o diretor Spike Lee filma a história de Salvatore, proprietário de uma pizzaria no Brooklyn. Interpretado por Danny Aiello, Salvatore possui o hábito de nomear pratos de seu restaurante, em homenagem aos artistas e atletas famosos. Em sua maioria, ítalo-americanos. No entanto, a comunidade do bairro predominantemente negra, questiona a falta de representatividade, gerando animosidades. Sucesso de público e crítica, a comédia dramática foi indicada ao Oscar de Melhor Roteiro Original e Melhor Ator Coadjuvante.

CONDUZINDO MISS DAISY (1989) – direção de Bruce Beresford

Clássico do cinema baseado na peça teatral de Alfred Uhry, Conduzindo Miss Daisy aborda o racismo contra o povo afro-americano. O filme se passa em 1948. A rica judia Miss Daisy (Jéssica Tandy) é obrigada a se locomover com motorista, após bater seu carro. Sendo negro, o chofer interpretado por Morgan Freeman, enfrenta uma série de situações racistas. Além disso, Conduzindo Miss Daisy também mostra o anti-semitismo no sul do Estados Unidos. O filme venceu o Oscar de Melhor Filme em 1990, além de Melhor Atriz, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Maquiagem.

MALCOM X (1992) – direção de Spike Lee

Estrelado por Denzel Washington, Malcom X é um drama baseado na autobiografia do ativista. Dirigido por Spike Lee, o filme dramatiza situações reais da vida de Malcom. Entre elas, a sua conversão para o islamismo enquanto esteve preso. Além disso, Malcom X retrata a importância do ativista na luta contra o racismo. Em 1993, o filme foi indicado ao Oscar de Melhor Ator e Melhor Figurino. Também foi indicado ao Globo de Ouro, daquele ano, pela atuação de Denzel Washington, vencendo o Urso de Prata da categoria, em Berlim, em 1993. 

ALI (2001) – direção de Michel Mann

Dirigido por Michael Mann, Ali é uma cinebiografia sobre o boxeador Muhammad Ali. Interpretado por Will Smith, o filme retrata o período de sua vida entre 1964 e 1974. Além disso, mostra como ele se relacionava com os movimentos negros, destacando sua amizade com Malcom X. Em 2002, o filme foi indicado ao Oscar de Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante. Também foi indicado ao Globo de Ouro de 2002 nas mesmas categorias, vencendo o MTV Movie Awards de Melhor Ator.

HISTÓRIAS CRUZADAS (2011) – direção de Tate Taylor

Histórias Cruzadas é um filme dramático baseado no livro estadunidense de romance “The Help”. O filme retrata a relação de uma  mulher branca com empregadas negras, em plena era de luta pelos Direitos Civis nos EUA. Interpretada por Emma Stone, a mulher branca é uma jornalista que resolve escrever um livro sobre a perspectiva das empregadas. Na abordagem, a jornalista demonstra como os brancos tratavam os negros à época. O filme recebeu 4 indicações ao Oscar, entre elas o de Melhor Filme. A atriz Octávia Spencer recebeu 4 prêmios de Melhor Atriz Coadjuvante, entre eles, o Oscar da categoria, em 2012.

DJANGO LIVRE (2012) – direção de Quentin Tarantino

Em Django Livre, o diretor Tarantino subverte a lógica de heróis do cinema hollywoodiano, tendo o Velho Oeste como cenário. O ex-escravo Django, interpretado por Jamie Foxx, é libertado pelo assassino de aluguel Schultz  (Christoph Waltz). Em conjunto, os dois vão em busca da esposa de Django, separada dele em uma das casas onde foram escravizados.

Nessa jornada, Django enfrenta uma série de situações racistas, comuns à época, com referências aos dias atuais. Django Livre arrecadou $ 425 milhões de dólares, sendo o filme de maior bilheteria de Tarantino até hoje. Além disso, recebeu cinco indicações ao Oscar de 2013, incluindo Melhor Filme, sendo premiado na categoria de Melhor Roteiro Original.

12 ANOS DE ESCRAVIDÃO (2013) – direção de Steve McQueen

Vencedor do Oscar de Melhor Filme, 12 Anos de Escravidão retrata a vida do músico negro Solomon Northup. Interpretado por Chiwetel Ejiofor, Solomon vive livremente com sua família no ano de 1841. A vida de Solomon sofre uma reviravolta quando ele é sequestrado, sendo vendido como escravo. Ele é obrigado a trabalhar em plantações no estado da Louisiana por 12 anos. O filme foi muito elogiado pela crítica em todo mundo, recebendo diversas indicações ao Oscar, Globo de Ouro e BAFTA, em 2014.

SELMA – UMA LUTA POR IGUALDADE (2014) – direção de Ava Duvernay

Selma – Uma Luta pela Igualdade é baseado na marcha da personagem central pelo direito ao voto da comunidade negra. Além disso, o filme conta a história do  ativista Martim Luther King Jr., interpretado por David Oyewolo. Dirigido por Ava Duvernay, a narrativa mostra o movimento que convenceu o presidente Lyndon Johnson a implementar a Lei do Direito ao Voto. A produção recebeu duas indicações ao Oscar, em 2015, entre elas, o de Melhor Filme, vencendo na categoria de Melhor Canção Original. Também concorreu a 4 prêmios no Globo de Ouro, entre elas, Melhor Filme, vencendo novamente na categoria Melhor Canção Original.

CORRA! (2017) – direção de Jordan Peele

Corra! é um filme de terror com narrativa sobre o racismo. Dirigido por Jordan Peele, a produção gira em torno da relação de um casal interracial. Após um tempo de namoro, Chris (Daniel Kaluuya) resolve viajar com a namorada Rose (Allison Willians) para conhecer sua família. Ao chegar no local, em uma zona rural dos Estados Unidos, Chris descobre que tudo não passava de uma armadilha. Sucesso de público e crítica, o filme faturou mais de 250 milhões de dólares em bilheteria. Além disso, foi premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Original, em 2018, sendo Jordan Peele o primeiro negro a vencer na categoria.

PANTERA NEGRA (2018) – direção de Ryan Coogler

Pantera Negra é um filme de super-herói da Marvel distribuído pela Disney. Primeira produção solo deste super-herói, Pantera Negra conta a história de T’Challa, interpretado pelo saudoso ator Chadwick Boseman. Após a morte do pai, ele retorna ao reino de Wakanda para ser coroado como rei. No entanto, sua soberania é contestada. O filme aborda a relação entre pessoas negras de origem distintas. Indicado ao Oscar de Melhor Filme, em 2019, Pantera Negra foi o primeiro filme de super-herói indicado na categoria. Além disso, arrecadou mais de US$ 700 milhões nas bilheterias dos Estados Unidos e Canadá.

JUDAS E O MESSIAS NEGRO (2021) – direção Shaka King

Judas e o Messias Negro é um drama biográfico baseado na história do ativista Fred Hampson e do Partido dos Panteras Negras. Produzido pela Warner, o filme é protagonizado por Daniel Kaluuya e Lakeith Stanfield. Na história, Fred Hampson chama a atenção do FBI, por sua retórica forte e oratória marcante. O longa foi elogiado pela crítica pela abordagem de temas atuais como: a injustiça racial. Lançado durante a pandemia, Judas e o Messias Negro foi premiado com o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, em 2021, pela atuação de Kaluuya. Também recebeu premiação do Globo de Ouro e do BAFTA na mesma categoria, pela mesma atuação.

BÔNUS

BESOURO (2009) – direção de João Daniel Tikhomiroff

Produção brasileira, dirigida por João Tikhomiroff, Besouro é uma cineobiografia sobre a vida do capoeirista Besouro. O filme narra fatos heróicos e lendários atribuídos ao capoeirista ocorridos na década de 1920, na Bahia. Interpretado por Aílton Carmo, Besouro recebe ensinamentos para defender seu povo, combatendo opressões e preconceitos. Coreógrafo de Kill Bill, Huen Chiu Ku, foi o responsável pelas cenas de luta do filme. Besouro é o único filme brasileiro premiado pela PAFF, festival internacional focado em produções com heranças africanas.

? © Reprodução/Divulgação

Rádio Centro Cajazeiras via colunista Carolos Eduardo Rodrigues do Culturadoria

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