? Com ‘Pantanal’, ‘Cavalo preto’ cresce 931% em plays e bomba 75 anos depois
Um modão das antigas envolto em mistérios é um hit improvável de 2022. “Cavalo preto”, música preferida de José Leôncio na novela “Pantanal” (TV Globo), vive seu auge mais de 75 anos depois de ser lançada.
No Spotify, uma das principais plataformas usadas pelos brasileiros para ouvir música, o número de plays da canção cresceu 931% nos primeiros dois meses de exibição do remake, que estreou em 28 de março.
Já as buscas pela faixa no YouTube aumentaram mais de 3.000% no mesmo período.
“Cavalo preto” é bem mais antiga, foi gravada pela primeira vez em 1946 pela dupla Palmeira e Luizinho.
A composição é de Anacleto Rosas Jr., grande nome do cancioneiro caipira, que nasceu em 1911, em Mogi das Cruzes (SP). Na letra, ele fala com carinho da vida livre de peão. E, por trás desses versos, evoca lendas que envolvem os cavalos de cor preta.
Eles são cobiçados no campo. Os cavalos pretos da raça árabe estão entre os mais caros do mundo.
Em várias culturas, o cavalo é considerado um símbolo de poder, liberdade e autoconfiança. Também pode representar os desejos humanos mais impulsivos. Se ele é preto, passa a também a ser relacionado com uma importante referência bíblica.
A Fome, um dos quatro cavaleiros do Apocalipse, vem montada justamente no lombo de um cavalo preto, com uma balança nas mãos. Além dela, Peste, Guerra e Morte são os cavaleiros, que, segundo a Bíblia, representam os eventos antes do fim de todas as coisas.
Se isso representa alguma coisa no contexto da letra, o compositor, que morreu em 1978, antes mesmo da primeira versão de “Pantanal”, nunca revelou. Mas a simbologia do cavalo preto ajuda a reforçar a mística que envolve a música, e a aura de mistério da novela.
Ainda mais considerando que, ao tocar a música, Tibério tem sempre a ajuda de Trindade, mais um peão violeiro, conhecidamente um amigo de forças das profundezas.
? © Reprodução/TV Globo
Rádio Centro Cajazeiras via G1