Acidentes por abelhas: nos últimos cinco anos, cerca de 100 mil casos foram registrados no Brasil 📸 © Pixabay

Acidente por abelha é o quadro de envenenamento por causa da injeção de toxinas pelo ferrão do animal. A intoxicação varia pela quantidade de veneno absorvido e pela sensibilidade a uma reação alérgica ao veneno. No Brasil, nos últimos cinco anos, cerca de 100 mil casos de acidentes por abelhas foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Desses, 303 foram fatais.

O quadro clínico de uma única picada em uma pessoa pode variar de inflamação local até uma forte reação alérgica (choque anafilático). As reações tóxicas locais estão associadas à dor, edema e eritema.

Quando há múltiplas picadas, podem ocorrer manifestações sistêmicas, devido à grande quantidade de veneno inoculada. Nesses casos, os sintomas são coceiras, vermelhidão, calor generalizado, pápulas, placas urticariformes, pressão baixa, taquicardia, cefaleia, náuseas e/ou vômitos, cólicas abdominais e broncoespasmos. Em casos mais graves, pode ocorrer choque, insuficiência respiratória aguda, rabdomiólise e injúria renal aguda.

O diagnóstico dos acidentes provocados por abelhas é feito pela história clínica e a gravidade dos pacientes e o médico deverá orientar exames complementares. O tratamento em pessoas com susceptibilidade a reações alérgicas varia de acordo com a gravidade das manifestações apresentadas e são abordadas da mesma forma que se trata outras reações anafiláticas.

Entre os cinco principais tipos de acidentes por animais peçonhentos, o causado por abelhas é o único que não possui um soro específico para o tratamento, porém há estudos acerca da sua produção.

Como evitar acidente por abelhas?

  • A remoção das colônias de abelhas situadas em lugares públicos ou residências deve ser efetuada por profissionais devidamente treinados e equipados, preferencialmente à noite ou ao entardecer, quando os insetos estão calmos;
  • Evite aproximar-se de colmeias de abelhas africanizadas sem estar com vestuário e equipamentos adequados (macacão, luvas, máscara, botas, fumigador etc.);
  • Evite caminhar e correr na rota de voo das abelhas;
  • Barulhos, perfumes fortes, desodorantes, o próprio suor do corpo e cores escuras (principalmente preta e azul-marinho) desencadeiam o comportamento agressivo e, consequentemente, o ataque de abelhas;
  • Sons de motores de aparelhos de jardinagem, por exemplo, exercem extrema irritação em abelhas. O mesmo ocorre com som de motores de popa;
  • No campo, o trabalhador deve ficar atento para a presença de abelhas, principalmente no momento de arar a terra com tratores.

Por que as abelhas atacam?

As abelhas são conhecidas pela produção de mel e outros diversos produtos de consumo humano, além do papel fundamental de polinização vegetal. Entretanto, elas também exercem função essencial na defesa das colônias e geralmente formam sociedades com apenas uma rainha, vários zangões e operárias, as responsáveis pelas picadas.

Elas perdem o ferrão ao picar e morrem em seguida. Como possuem músculos próprios, o ferrão continua a injetar o veneno mesmo após a separação do resto do corpo. Ao atacar nas proximidades de um enxame, as primeiras abelhas liberam um feromônio que faz com que outras invistam contra o mesmo alvo, podendo ocasionar acidente com centenas de picadas.

Situação epidemiológica

Abelhas estão presentes em todos os territórios brasileiros. As regiões de maiores taxas de incidência são Sul e Nordeste, mas as maiores taxas de letalidade ocorrem nas regiões Centro-Oeste e Norte. De modo geral, os acidentes costumam acontecer com maior predominância entre outubro e março, geralmente na zona urbana.

O perfil dos acidentados costuma ser de homens na faixa etária entre 20 e 64 anos. Óbitos são mais frequentes em pessoas acima dos 40 anos. Fatores de risco para gravidade envolvem a quantidade de ferroadas e a predisposição ao choque anafilático.

Em caso de emergência, é necessário contatar imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) ou o Corpo de Bombeiros (193).

📸 © Sarazh Izmailov via Pexels

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