Este ano a Páscoa será menos doce que nos anos anteriores, não apenas pela continuidade da pandemia que se estende com números ainda mais preocupantes mas também pela grande quantidade de aumentos dos produtos que vão levar o chocolate a ficar mais caro para os consumidores em relação aos anos anteriores.

? Vendas de Páscoa devem crescer com auxilio da digitalização e delivery

Diferente dos anos anteriores quando o reajuste ficava em torno de 8%, para este ano o aumento é de 11% para os ovos de Páscoa e 10 para as barras de chocolate e bombons muito consumidos neste período segundo aponta pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

O preço mais amargo é reflexo de uma série de fatores, que passam desde o dólar valorizado até o aumento da cotação do cacau no mercado internacional e o encarecimento do plástico e do papel que embalam os doces.

“O reajuste está acima dos anos anteriores, quando se observava alta entre 5% a 8%”,

afirma Marcio Milan, vice-presidente da Abras.

Os ovos de chocolate de até 200 gramas — os mais tradicionais — lideram a alta com reajuste de 11,1% na comparação com o ano passado. Já a categoria de 201 gramas a 500 gramas está 10,9% mais caro, enquanto ovos acima de meio quilo aumentaram 11% no valor. As caixas de bombons, que muitas vezes substituem os ovos por causa do preço mais em conta, estão 10,7% mais caras. Chocolates em barra sofreram reajuste de 9,9%.

A constante alta do dólar é apontada como um dos principais fatores que puxam os preços para cima. Somente neste ano, a moeda norte-americana já registrou valorização de 5,72%, impactando no aumento de custos para a compra de insumos que compõem a linha de produção dos doces. Em paralelo, o preço do cacau sofreu uma série de reajustes no mercado internacional, principalmente no último trimestre de 2020, o que faz o valor acumular alta de aproximadamente 12% nos últimos 12 meses. Apesar de o Brasil ser um dos principais produtores da matéria-prima do chocolate no mundo, a sua precificação em dólar também incide no mercado doméstico. Já o preço das embalagens encareceram 30% no último ano, segundo dados da Associação Brasileira de Embalagens (Abre). Essa alta também cai na conta do dólar valorizado, já que que resinas e outros insumos são baseados na moeda norte-americana, além da falta de estoques por causa das paralisações da indústria devido a medidas de restrições adotadas em 2020.

Aumento no consumo

Apesar do encarecimento dos produtos, dados da Abras apontam para alta de 15% nas vendas em comparação com a Páscoa de 2020, que coincidiu com o início do agravamento da pandemia da Covid-19 no país. “Houve muitas mudanças, as lojas estão mais planejadas e as empresas mais preparadas. Tivemos o aumento do comércio eletrônico, que no ano passado poucas conseguiram se adequar, além de mudanças dentro das lojas para segurança dos consumidores”, afirma Milan. Para Costa, da Cacau Show, o último ano foi de aprendizado e adequação dos negócios, que devem trazer retorno neste momento. “No ano passado, fomos pegos de surpresa pela pandemia. Agora temos um e-commerce bem preparado, com mais vendas digitais e serviço de delivery”, diz.

? © Pxhere Imagens

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