Ações de combate ao Aedes aegypti em Cajazeiras contam mobilização de equipes de Vigilância Ambiental, fumacê e Disque-Dengue 📸 © Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

As equipes de Vigilância Ambiental da Prefeitura de Cajazeiras, no Sertão paraibano, estão intensificando as ações de controle ao mosquito da dengue, zika e chikungunya em todas as áreas do município, sobretudo em locais que favorecem a sua proliferação, como cemitério de automóveis, residências de acumuladores, centro da cidade, etc.

A última atividade aconteceu na zona norte, mais precisamente no Conjunto Pio-X, com uso do Fumacê Costal “Acumulador”.

A vigilância Sanitária informa que a coleta de pneus é realizada 3 dias semanais em borracharias por toda a cidade e em locais onde os ACE’s identificam que estejam jogados.

Após a coleta, são levados para garagem da prefeitura, na BR 230, onde fica o eco-ponto, que é um container no qual qualquer pessoa também pode descartar os seus pneus usados.

Para maiores informações, a comunidade dispõe do DISK ZAP DENGUE, pelo número (83) 99161.5971.

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|🦟 Casos e óbito na Paraíba

A Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES-PB) confirmou na última semana o primeiro caso de óbito por causa de dengue na Paraíba em 2024.

Depois da confirmação da primeira morte, a SES-PB divulgou a criação da Sala de Situação Estadual das Arboviruses, que vai monitorar os casos dessas doenças na Paraíba.

|🦟 Sobre o Aedes

O mosquito costuma ter sua circulação intensificada no verão 📸 © Freepik via Fotos Públicas

Aedes aegypti tem em média menos de 1 centímetro de tamanho, é escuro e com riscos brancos nas patas, cabeça e corpo. O mosquito costuma ter sua circulação intensificada no verão, em virtude da combinação da temperatura mais quente e chuvas. Para se reproduzir, ele precisa de locais com água parada. Por isso, o cuidado para evitar a sua proliferação busca eliminar esses possíveis criadouros, impedindo o nascimento do mosquito.

Saiba como eliminar o mosquito em casa

Os depósitos preferencias para os ovos são recipientes domiciliares com água parada ou até na parede destes, mesmo quando secos. Os principais exemplos são pneus, latas, vidros, cacos de garrafa, pratos de vasos, caixas d’água ou outros reservatórios mal tampados, entre outros.

Entre as medidas preventivas que em casa a pessoa pode fazer estão:

– Manter tampada a caixa d’água, assim como tonéis ou latões que estejam expostos à chuva

– Guardar pneus velhos sob abrigos

– Não acumular água em vasos de plantas ou nos pratos onde ficam (cobrir com areia)

– Manter desentupidos ralos, canos, calhas, toldos e marquises

– Colocar embalagens de vidro, plástico ou lata em lixeira fechada

– Manter a piscina tratada o ano inteiro

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|💉 Vacinação

A vacinação foi coordenada com operadores de sistema de informação dos 14 municípios que compõem a 1ª Região de Saúde da Paraíba: João Pessoa, Santa Rita, Cabedelo, Bayeux, Conde, Caaporã, Sapé, Alhandra, Pitimbu, Cruz do Espírito Santo, Lucena, Mari, Riachão do Poço e Sobrado.

De acordo com a chefe do Núcleo de Imunizações da SES, Márcia Mayara, a vacinação contra a dengue vai beneficiar 92.380 crianças e adolescentes de 10 a 14 anos na Paraíba. “A vacina protege contra a dengue causada pelos sorotipos 1, 2, 3 e 4 do vírus Aedes aegypti e na 1ª Região de Saúde já vamos iniciar a vacinação com todo o público da faixa etária de 10 a 14 anos. Os critérios para a escolha das localidades foram porte populacional, número de casos de dengue nos últimos 10 anos e o número de casos de dengue tipo 2 nesses lugares”, pontuou.

Importante ressaltar que, caso a criança ou adolescente tenha sido diagnosticado com dengue, é necessário aguardar seis meses para iniciar o esquema vacinal. Três meses depois da primeira aplicação do imunizante, será hora de receber a segunda dose.

O imunizante não deve ser aplicado em indivíduos com imunodeficiência congênita ou adquirida, incluindo aqueles em terapias imunossupressoras, com infecção por Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) sintomática ou com evidência de função imunológica comprometida, e em pessoas com hipersensibilidade às substâncias listadas na bula.

A vacina contra a dengue foi incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e com essa iniciativa o Brasil se torna o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público de saúde.

A SES informa ainda que as ações coletivas e os cuidados individuais devem continuar, pois são as melhores forma de prevenção, como a limpeza das vasilhas de água dos animais e vasos de plantas evitando o acúmulo de água, o armazenamento de pneus e garrafas em locais cobertos, bem como a limpeza das caixas d’água. Aproximadamente 75% dos focos do mosquito estão dentro de casa. A recomendação do Ministério da Saúde é para que as pessoas procurem um serviço de saúde logo nos primeiros sintomas, como febre alta, dor de cabeça, atrás dos olhos e nas articulações.

|🚑 Explosão nacional de casos

O número de casos de dengue no Brasil em 2024, até a sexta semana epidemiológica, foi 305% maior que no mesmo período de 2023. No total, o país registrou 524.066 casos prováveis da doença neste ano, contra 128.842 no ano anterior. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses, divulgado pelo Ministério da Saúde. 

Conforme a pasta, os estados que apresentam mais casos prováveis da doença são Minas Gerais, (177.552 casos prováveis), São Paulo, (85.661), Distrito Federal, (65.847) e Paraná, com 56.559 casos prováveis de dengue. A incidência da doença é maior em Distrito Federal, Minas Gerais e no Acre, que já declararam situação de emergência para a dengue. 

De acordo com a diretora do Comitê de Imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia, Rosana Richtmann, alguns fatores podem ter tido influência direta no aumento, como a variação climática e o maior volume de chuvas.

“A gente sabe que a fêmea do mosquito Aedes aegypti se replica mais fácil em ambientes quentes — e foi o que vimos esse ano devido ao fenômeno El Niño e muitas chuvas. Com isso, você encurta o tempo em que ela faz para colocar os seus ovos, então a quantidade de vetor nesta época do ano aumenta bastante. A pandemia tem também seu papel nisso, porque nós sabemos que durante 2020, 2021 e praticamente 2022, a preocupação foi basicamente com a Covid-19 e os próprios agentes de saúde acabaram não conseguindo entrar nas casas, fazer orientação habitual. Mas o impacto maior, na minha opinião, são as questões climáticas”, ressalta.  

Ainda conforme o painel epidemiológico do MS, 75 mortes pela doença foram confirmadas e 346 estão sob investigação. O coeficiente de incidência de casos no país é de 258,1 a cada 100 mil habitantes. Além das medidas de prevenção que a população pode adotar nas suas casas e pátios para evitar a proliferação do mosquito da dengue, a infectologista destaca que é importante ter algumas medidas para proteção individual.

“Infelizmente, a essa altura que a gente já está cheio de casos e cheios de vetor, eu acho que o mais importante agora é a barreira individual, principalmente as pessoas de maior risco, que são os idosos, as crianças pequenas, as gestantes. Ou seja, passar repelente na frequência em que o fabricante orienta e também usar de preferência roupas claras, mangas e calças compridas para evitar a picada da fêmea do Aedes aegypti. Do ponto de vista de você não ter criadouros em volta da sua casa, também é muito importante que você não deixe água parada. Todas as orientações que a gente já sabe em relação a isso”, explica.

|📸 © Thaisa Schenatto/PMS

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