O primeiro dia de paralisação nacional dos caminhoneiros teve redução na circulação de caminhões, mas poucos registros de vias bloqueadas.

Durante toda a segunda-feira (01), o Ministério da Infraestrutura e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgaram vídeos mostrando rodovias de grande movimento, como a Via Dutra, em São Paulo, com o trânsito fluindo normalmente.

Os órgãos federais relataram algumas ocorrências. Entre 13h e 15h houve o bloqueio nos dois sentidos da BR-116, na altura de Itatim, na Bahia. Manifestantes atearam fogo em pneus. O trecho foi liberado pela PRF por volta das 16h.

No Rio Grande do Norte,os caminhões bloquearam a BR-304, na altura de Mossoró, ao meio-dia, mas o trecho também foi liberado durante a tarde.

Houve bloqueio também no quilômetro 190 da BR-060, em Goiás, onde manifestantes atearam fogo em pneus.

Em algumas cidades, como Piracicaba, São Paulo, os caminhões ficaram parados em fila ao lado das rodovias.

O caminhoneiro autônomo Litti Dahmer cruzou os braços, mas levou o veículo até um dos entrocamentos mais movimentados do Rio Grande do Sul. Segundo ele, a adesão à paralisação é grande, mas desta vez muitos caminhoneiros optaram por ficar em casa. “O pessoal atendeu ao nosso pedido, porque a causa é importante. Precisamos dar um basta, é uma questão de sobrevivência. Pelo piso mínimo, por uma aposentadoria aos 25 anos de profissão e uma série de medidas que o governo não tomou, nem pretende tomar”, afirmou.

A categoria reivindica a redução do preço do diesel, a revogação da política de preços de importação da Petrobrás, que atrela o preço do combustível a variação do dólar, e cumprimento da lei do frete.

Mas desta vez a categoria não está tão unida como na greve de 2018, que parou o Brasil por 10 dias. O movimento está dividido.

A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Autônomos (ABRAVA), presidida por Chorão Landim, um dos líderes da paralisação de três anos atrás, não participa da greve iniciada nesta segunda-feira. Segundo a Associação, estão tentando utilizar a categoria como massa de manobra e perdendo o objetivo da luta dos caminhoneiros.

Em nota, a Confederação Nacional do Transporte informou que não apoia nenhum tipo de paralisação de caminhoneiros e reafirma o compromisso do setor transportador com a sociedade.

O Conselho Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas está à frente dos protestos e afirma que a mobilização ocorre após esgotadas as tentativas administrativas de negociação.

A paralisação ainda não tem prazo para acabar. Segundo o Conselho, o canal segue aberto para reativar as negociações coletivas.

O Ministério da Infraestrutura enviou nota afirmando que o ministro Tarcísio Freitas conversou com representantes da categoria e reafirmou total abertura para o diálogo. Acrescentou, ainda, que não vai negociar com qualquer indicativo de paralisação.

? Foto: Marcelo Pinto/ APlateia

Exatas News via Agência Brasil

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