Foi aos 19 anos que a gaúcha Patrícia Jung descobriu que tinha doença policística, enfermidade que atinge rins e fígado, herdada da mãe que também sofre com a mesma patologia. Junto com o diagnóstico veio a notícia que ela não poderia ser mãe para não transferir aos filhos o mesmo gene. Além disso, por 21 anos, muitos sintomas passaram a fazer parte do dia a dia da Patrícia: cansaço, falta de ar e dores. Depois de um tratamento sofrido, seus órgãos começaram a falhar e ela precisou entrar na fila do transplante. Um ano e oito meses depois, em outubro de 2019, veio a boa notícia: Patrícia receberia rins e fígado novinhos em folha. Ela conta que o transplante foi um verdadeiro renascimento e que todo esse processo fez dela uma pessoa muito melhor.

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E para histórias tão bonitas como a da Patrícia continuarem acontecendo é preciso que as pessoas percam o medo de serem doadoras e informem à família sobre esse desejo. De acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a taxa de doação caiu 26% em 2020, se comparado a 2019. Essa queda foi sentida em todos os órgãos e tecidos. Segundo a ABTO, a pandemia de covid-19 impactou muito esse cenário, dificultando a doação, justamente porque houve diminuição de voos que fazem o transporte dos órgãos, falta de leitos hospitalares e o medo das pessoas de contraírem o vírus.

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O médico Edson Arakaki, presidente da ABTO, explicou que a fila de pacientes por um transplante aumentou muito nesse período de pandemia, saltando de 35 mil em 2019 para 45 mil pessoas, atualmente. De acordo com ele, uma pesquisa apontou que 7 em cada 10 pessoas querem ser doadores, mas quase metade delas não comunica esse desejo à família. O médico declarou que é importante conversar abertamente com os parentes sobre o assunto.

A pesquisa mencionada pelo médico também revela que os jovens são mais propensos a doar órgãos e que a maior taxa de potenciais doadores é dos estados do sul e sudeste do país. Além disso, critérios como renda e escolaridade influenciam na decisão. O doutor Edson destacou a importância de haver um dia para incentivar a doação de órgãos, que é 27 de setembro, e destacou a necessidade de incluir o assunto na pauta das escolas e de outras comunidades. 

A ABTO lembrou que um doador falecido pode salvar até oito vidas. Então, se você quer ser um doador, converse com sua família. 

? © Edson Freitas/Agir

Rádio Centro Cajazeiras via Agência Brasil

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