Os preços da cesta básica tiveram alta de 1,34% em junho deste ano, com valor médio de R$ 662,17. De acordo com dados do Índice Nacional de Consumo (INC Abras) nos lares, calculados pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) na comparação com o mesmo período do ano passado, a alta é de 22,1%, acumulando aumento de 4,28% no primeiro semestre deste ano.

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O indicador tem como base 35 itens, entre eles os produtos cujos preços mais aumentaram de janeiro a junho: açúcar (15,9%), carne dianteiro (13,2%), ovo (12,9%) e café (8,5%). De acordo com o vice-presidente da associação, Marcio Milan, além do clima seco, as altas temperaturas também estão sendo influenciadas pelo cenário externo.

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“O dólar favorável para exportação, o câmbio favorável para exportação. O mercado exportador está extremamente aquecido, então, isso tem feito com que esses produtos passem a ter essa variedade. Do outro lado, a gente tem também o aumento nos principais insumos desses produtos”, afirmou o especialista.

Registraram as maiores quedas pernil (-6,6%), arroz (-4,7%) e óleo de soja (-0,02%). No entanto, apenas em junho, na comparação com o mesmo mês de 2020, óleo de soja (91,8%) e arroz (50,1%) são os produtos da cesta cujo preço mais subiu.
 
Quem mais sofre a alta é o trabalhador. A auxiliar de limpeza Helia Maria Silva, 38 anos, moradora da na zona leste da capital paulista, tem percebido, cada vez que vai ao supermercado, que os alimentos estão mais caros. A chefe de família tem substituído produtos para não deixar faltar comida na mesa.
 
“Quem está trabalhando está trabalhando só para comer. Ultimamente eu tenho trocado a carne pelo ovo e quando vejo um produto muito caro eu troco e substituo por um mais barato”, contou.

As cinco regiões do País tiveram alta nos preços da cesta Abrasmercado. A maior oscilação foi no Sul (2,10%), onde a cesta passou de R$ 694,99 para R$ 709,59. O Nordeste veio em segundo lugar, com (2,01%), a cesta subiu de R$ 569,78 para R$ 581,26. 
 
São Paulo é um dos estados brasileiros com a cesta básica mais cara do país, com valor médio de R$ 640,51, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Helia Maria, que se mudou do Rio Grande do Norte para a capital paulista, sentiu a diferença de preços de itens essenciais entre as regiões e viu o cenário piorar diante da pandemia. 

Queda no consumo

Apesar da alta acumulada no primeiro semestre deste ano, as vendas reais dos supermercados brasileiros desaceleraram 0,68% em junho em relação a maio de 2021. De janeiro a maio, o setor de supermercados acumula alta real de 5,32%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o resultado também é positivo em 2,88%. Contra abril, a alta foi de 1,98%.

Perspectivas

As expectativas para o segundo semestre do ano são otimistas para o setor. Entre as justificativas está o recebimento da segunda parcela do 13º aos beneficiários do INSS, além do auxílio emergencial prorrogado até outubro e o 2º lote da restituição do Imposto de Renda Pessoa Física, onde serão pagos mais R$ 6 bilhões pagos aos contribuintes.

Segundo o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, o avanço da vacinação também vai reverter em maior e melhor funcionamento da economia, com reflexo sobre o movimento nos supermercados.

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