? Instituto do Câncer alerta para perigos do consumo coletivo de narguilés na pandemia
A reabertura do comércio e com eles, bares, restaurantes e tabacarias, acendeu o sinal de alerta do INCA, o Instituto Nacional de Câncer. O receio é de que com a retomada, volte a crescer o consumo de tabaco pelo narguilé.
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A tradição que vem do mediterrâneo de fumar por meio de mangueiras ligadas a um recipiente de água tem ganhado adeptos no país. Principalmente entre os mais jovens, pessoas entre 15 e 24 anos, como o cientista político João Victor Aguiar, de 24, que optou pelo Narguilé e cigarros eletrônicos por acreditar que eles fazem menos mal à saúde.
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Usar a água como filtro para o tabaco pode até parecer um uso menos arriscado que o cigarro comum. Mas não é. Uma sessão de narguilé, que costuma durar entre 1hora a 90 minutos, equivale ao consumo de 100 cigarros comuns.
Os danos não acabam aí. Como a prática é coletiva, o narguilé também aumenta o risco de infecções por vírus e bactérias, o que inclui o coronavírus, como explica a chefe de Divisão de Controle de Tabagismo do INCA, Andrea Reis. Andrea lembra que não existem formas seguras de consumo do tabaco e que a ideia de que existem alternativas que reduzem danos, como o Narguilé ou o cigarro eletrônico, é uma estratégia da indústria tabagista para não perder mercado.
Um estudo publicado em 2020 pelo Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária mostra que no Brasil as doenças causadas pelo tabagismo custam cerca de R$ 125 bilhões por ano. Já o total de impostos arrecadados da indústria fica em torno de 10% do total de gastos, cerca de R$ 13 bilhões por ano.
A Anvisa lembra que os cigarros eletrônicos, conhecidos como Vapers, tem uso proibido no Brasil.
O uso do narguilé está submetido às mesmas regras do cigarro comum. Ou seja, o tabaco tem que estar registrado na Anvisa e trazer os mesmos alertas válidos para o cigarro. A venda para menores de idade é proibida e o produto não pode ser usado em espaços fechados.
Segundo o IBGE, em 2019, cerca de 12,8% dos brasileiros eram fumantes. O número corresponde a cerca de 21 milhões de pessoas. Desse total, 2,5 milhões eram usuários do narguilé.
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