Chiquinho BrazĂŁo, Domingos BrazĂŁo e Rivaldo Barbosa, acusados de mandar matar Marielle Franco
(24.março.2024)📸 © Reprodução/TV Globo

Por GĂ©sio Passos e Renato Ribeiro, da AgĂŞncia Brasil

Os acusados de encomendar a morte da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes estĂŁo presos. O crime foi supostamente idealizado pelos irmĂŁos Domingos e Chiquinho BrazĂŁo e supostamente planejado pelo delegado Rivaldo Barbosa, que assumiu o comando da PolĂ­cia Civil do Rio de Janeiro um dia antes do crime, segundo a PolĂ­cia Federal (PF).

Para o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a elucidação do assassinato da vereadora Marielle Franco mostra o modus operandi das milícias no Rio de Janeiro.

“A partir deste caso nĂłs podemos, talvez, desvendar outros casos, ou pelo menos seguir o fio da meada de um novelo cuja dimensĂŁo ainda nĂŁo temos clara. Mas essa investigação Ă© uma espĂ©cie de radiografia de como operam as milĂ­cias e o crime organizado no Rio de Janeiro e como há um entrelaçamento, inclusive, com alguns ĂłrgĂŁos polĂ­ticos e pĂşblicos, que Ă©, realmente, bastante preocupante”.

A vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018
📸 © Reprodução/Rede Social da vereadora Marielle Franco via Fotos Publicas

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Lewandowski concedeu entrevista coletiva neste domingo (24), após as prisões de Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa, que estão em Brasília e devem cumprir a prisão preventiva na penitenciária federal da capital, considerada de segurança máxima.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, explica as motivações do crime.

“A vereadora faz parte de um grupo polĂ­tico antagĂ´nico a esse grupo que nĂłs identificamos como mandantes do homicĂ­dio, e, portanto, tinha vários contraditĂłrios nĂŁo sĂł em plenário, mas na vida pĂşblica como um todo. Se a pauta imobiliária nĂŁo era central para o mandato da vereadora, era uma pauta que ela tinha, sim, como investimento em moradias sociais e outros campos que, repito, iam em confronto com aquilo que o grupo mandante defendia”

O ministro da Justiça reforçou que a investigação é um triunfo expressivo do estado contra a criminalidade.

“Representa, ao meu ver, um triunfo expressivo do Estado do brasileiro contra criminalidade organizada. Isso mostra que o crime organizado nĂŁo terá sucesso em nosso paĂ­s, porque temos uma polĂ­cia forte, efetiva. Dizendo, entĂŁo, que as forças de segurança do Brasil estĂŁo alertas, atentas, e sĂŁo preparadas para enfrentar o crime organizado”.

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Ronnie Lessa e Elcio Queiroz foram presos suspeitos de matar Marielle Franco e Anderson Gomes no Rio de Janeiro (12.março.2019)📸 © Tomaz Silva/Agência Brasil

A Polícia Federal passou a investigar o crime em fevereiro de 2023, após a posse do novo governo Lula. Lewandowski afirmou que, infelizmente, foram quase cinco anos de investigação infrutífera da Polícia Civil do Rio, com integrantes da força tentando obstruir o avanço das investigações.

O ministro da justiça também reforçou a rapidez na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, pela homologação da colaboração premiada do ex-policial Ronnie Lessa, que assumiu a participação no assassinato da ex-vereadora carioca, contribuindo com a investigação da Polícia Federal.

Rio de Janeiro (RJ), 02/09/2023 – Familiares participam de ato simbĂłlico da Anistia Internacional que marca os 2 mil dias do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, na Praça Mauá. (esq/dir: Viuva de Andreson Gomes, Pai de Marielle Franco, MĂŁe de Marielle Franco, Viuva de Marielle Franco e MĂŁe de Anderson Gomes)📸 © Fernando FrazĂŁo/AgĂŞncia Brasil

STF tem maioria para manter prisĂŁo dos suspeitos de matar Marielle

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal tem maioria para manter a prisĂŁo dos trĂŞs suspeitos de serem os mandantes dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. 

O julgamento em sessĂŁo virtual começou Ă  meia-noite desta segunda-feira (25) e segue atĂ© o fim desta noite. 

Dos cinco ministros que compõem a Primeira Turma, já votaram Alexandre de Moraes, Cármen LĂşcia e Cristiano Zanin. Ainda faltam votar Luiz Fux e Flávio Dino. 

Nesse domingo, Moraes determinou a prisĂŁo preventiva dos irmĂŁos Domingos BrazĂŁo, conselheiro do Tribunal de contas do Rio de Janeiro, e JoĂŁo Francisco BrazĂŁo, deputado federal, alĂ©m de Rivaldo Barbosa AraĂşjo, delegado de PolĂ­cia Civil. 

Após prisão no Rio de Janeiro, os três foram encaminhados ao Distrito Federal, onde seguem detidos na Penitenciária Federal de Brasília, que é um presídio de segurança máxima.

|📸 © Reprodução/TV Globo

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